Conheça a trajetória do empreendedor que teve um dos seus queijos premiados entregues como presente ao presidente Emmanuel Macron.
Quejios premiados da Rancho Maranata, com sede em Virgínia (MG) — Foto: Divulgação
Quejios premiados da Rancho Maranata, com sede em Virgínia (MG) — Foto: Divulgação

Com quatro anos de existência, a Queijaria Rancho Maranata, com sede em Virgínia (MG), já recebeu 16 premiações pela qualidade dos seus produtos e teve um de seus queijos entregues como presente ao presidente francês Emmanuel Macron pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Quatro anos depois, em 1998, o pai voltou para Virgínia e retomou a produção artesanal. Lamim, por sua vez, seguiu buscando oportunidades de trabalho em outras cidades. Trabalhou cervejaria, pizzaria, restaurante, passando por cidades como Curitiba, Santos (SP), São Paulo.

“Por último, estava morando em São José dos Campos, onde abri uma empresa de aluguel de equipamentos. A empresa cresceu bastante, por causa das obras da Petrobras. Estava bem financeiramente, mas sentia um vazio dentro de mim. Aí resolvi voltar”, conta Lamim.

O empreendedor comprou um terreno em Virginia (MG), para onde voltou em 2019 com sua esposa Paula. “Quando cheguei meu pai apareceu na propriedade com as panelas, as formas e as suas 11 vacas e falou, ‘agora é contigo’.

Eu vendo o sofrimento que ele teve não queria o mesmo para a minha vida. Fui para Juiz de Fora [MG] me especializar para fazer um produto melhor”, afirma o produtor.

Lamim diz que seu pai produzia queijo artesanal seguindo costumes antigos da família, mas sem muita padronização. Em 2019, o mercado já crescia em Minas Gerais, com produtores recebendo premiações internacionais de qualidade.

“Eu enxerguei esse mercado e resolvi investir. Tanto que não faço como é feito na região, sem maturação. Sabia que a maturação, com boas práticas de controle da produção, tinha espaço no mercado”, afirma.

Em 2021, Lamim inaugurou a Queijaria Rancho Maranata. A empresa produz queijo da Mantiqueira de Minas com quatro maturações distintas: de 15 a 30 dias, de 60 dias, 100 dias e 270 dias.

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O queijo Mantiqueira de Minas é queijo de massa cozida, preparado com leite cru, soro, fermento, coalho e sal. A maturação é feita em local climatizado, com controle de temperatura e umidade. Dependendo do tempo de maturação o produto adquire diferentes sabores e aromas.

Fabricação artesanal

Lamim diz que o rancho possui atualmente 30 vacas. A produção é de pequeno porte, de cerca de 500 litros de leite por dia. Para a produção são usados 10 litros de leite para cada peça.

A fabricação é artesanal, feita por Lamim, sua esposa Paula e duas funcionárias. O produto é vendido nacionalmente, para empórios especializados em queijos artesanais.

 

Carlos Henrique Lamim, produtor de queijos premiados
Carlos Henrique Lamim, produtor de queijos premiados — Foto: Divulgação

Em fevereiro deste ano, o presidente francês Emmanuel Macron, em visita ao Brasil, recebeu de presente do presidente Lula uma cesta de produtos típicos brasileiros, incluindo o queijo de Lamim.

“Na visita do presidente da França, o Lula encomendou uma cesta de produtos brasileiros artesanais e pediu queijos premiados para presentear o Macron. E aí eles pediram para uma loja em Brasília especializada em queijos escolher os produtos e a loja selecionou meu queijo.

Fiquei sabendo, na verdade, quando vi a postagem do governo. Na postagem saiu o nome do queijo e a cidade de Virgínia. Teve uma repercussão danada isso”, comemora Lamim.

Prêmios

A Queijaria Rancho Maranata já recebeu 16 prêmios nacionais pela qualidade de seus produtores. No concurso Mundial do Queijo do Brasil 2024, a empresa recebeu três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze.

A região da Serra da Mantiqueira possui em torno de 600 produtores de queijos artesanais. O queijo típico da região é vendido, em média a R$ 45 a peça. Os queijos do Rancho Maranata, por serem maturados, alcançam preços entre R$ 90 e R$ 150 a unidade.

O produtor conta com a assistência técnica da Emater-MG. “Meu pai perdia muito produto, ele achava até que eu estava errado de investir tanto. Hoje consigo ter uma boa renda, consigo ter qualidade de vida produzindo queijo com mais tecnologia”, afirma Lamim.

O produtor diz que não pretende aumentar a produção. “É muito difícil aumentar a produção e manter o padrão artesanal. Além disso, fizemos uma escolha de estilo de vida. Tem gente que busca aumentar a renda sem fim. A gente acha que tem uma renda boa e prefere criar meu filho com tranquilidade”, diz o pai do Henrique, de três anos.

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