A implementação de um programa inédito que tem o objetivo de aumentar a produção e a produtividade do leite nas fazendas capixabas foi o tema central de uma reunião realizada na tarde desta quinta-feira (11), na sede da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), em Vitória.
Com a participação de representantes dos diversos elos que compõem a cadeia produtiva do leite no Estado, além de instituições públicas de ensino e pesquisa, o encontro promoveu a apresentação das primeiras ações do plano. O Programa de Desenvolvimento da Cadeia do Leite no Espírito Santo é desenvolvido pela Seag e construído a várias mãos, contando com a participação ativa de diferentes entidades.
O encontro realizado pela Seag abordou os principais pontos do planejamento para a criação do programa, que também tem como objetivo criar estratégias para ampliar a capacidade instalada da indústria de laticínios. A redução de custos de produção e a autossuficiência do Estado na produção de leite em relação ao consumo também fazem parte do plano.
A produção de leite no Espírito Santo vem decrescendo nos últimos anos, fruto de uma baixa produtividade nas fazendas. Como resultado, há uma grande capacidade ociosa na indústria láctea capixaba. Além disso, o consumo de lácteos da população do Estado não consegue ser atendido pela produção local, segundo avaliação da Gerência de Dados e Análises da Seag. Atualmente, o Espírito Santo produz cerca de 1 milhão de litros de leite por dia, o que representa cerca de R$ 727 milhões anuais de faturamento, com cerca de dez mil produtores de leite.
“O programa visa à recuperação dessa atividade, que é a segunda mais presente nas propriedades rurais capixabas, após o café. Vamos dialogar com todo o setor para fazer o planejamento, a construção e a execução deste programa. Queremos torná-lo uma referência não só como programa de Estado, mas também para orientar todos os profissionais e cooperativas para que a gente trabalhe dentro de um conceito com o objetivo de melhorar a produção”, destacou o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli.
Autossuficiência
O programa tem como visão estratégica atingir a autossuficiência na produção de leite no Espírito Santo no horizonte de dez anos. O plano foi estruturado em eixos, objetivos e ações estratégicos. Na proposta inicial, os eixos estratégicos envolvem um comitê operacional para criar estratégias sobre a produção, produtividade e tecnologia no campo; a imagem do leite como atividade econômica; recursos humanos nas fazendas; agregação de valor e estímulo ao consumo.
Estrutura de governança
O comitê estratégico do programa será formado por presidente, vice-presidente, secretário e membros. Eles serão responsáveis por idealizar, definir e monitorar as diretrizes estratégicas do plano. Além disso, haverá uma equipe executiva para coordenar a execução dos projetos propostos pelo programa.
A previsão é de que o Programa de Desenvolvimento da Cadeia do Leite no Espírito Santo seja lançado em junho pelo Governo do Estado.
Particaparam do encontro na Seag representantes do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes).
Também estiveram presentes representantes do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-ES), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Espírito Santo (Fetaes), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e Superintendências de Agricultura e Pecuária – SFA/MAPA.
Participaram também representantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Sistema OCB, Nater Coop, Cavil Cooperativa, Selita, Laticínios Porto Alegre, Laticínio Bimbo, Grupo Extrair, Cooperativa Laticínios Guaçuí (Colagua), Clac, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Cooperativa Agrária Mista de Castelo, Cooperativa de Laticínios de Minoso do Sul (COLAMISUL), FAESA e Associação Agricultura Forte.
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