O Dr. Philip Rasmussen, pesquisador da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, explorou recentemente essas questões em um estudo a ser publicado no próximo Journal of Dairy Science.
A equipe de Rasmussen era formada por pesquisadores da Dinamarca, Canadá, Suíça e Reino Unido.
Os pesquisadores determinaram as 12 doenças com antecedência. Os fatores usados para estimar as perdas econômicas de cada doença foram a produção de leite, a fertilidade e o abate. As estimativas econômicas não incluíram os custos de tratamento.
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As perdas devido à redução da produção de leite foram avaliadas usando um preço padrão do leite. As perdas de fertilidade foram baseadas no aumento do intervalo entre partos, que foi medido usando o número de dias de atraso no parto, a produção diária de leite e o preço do leite. Os custos de descarte foram calculados usando o aumento do risco de descarte prematuro, com base no preço das vacas e novilhas de reposição, menos o preço de venda das vacas de descarte.
Um fator importante a ser considerado nas estimativas financeiras foi o fato de que, em muitos casos, as vacas podem sofrer de mais de uma doença ao mesmo tempo. Para evitar a contagem dupla do custo total da doença devido a essas “comorbidades”, os pesquisadores ajustaram os dados usando associações estatísticas entre as doenças. Sem essa medida, eles estimaram que as perdas globais agregadas médias teriam sido superestimadas em 45%.
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A classificação global das 12 doenças, em termos de perda anual em dólares americanos, foi a seguinte
Cetose subclínica: 18 bilhões de dólares.
Mastite clínica: US$ 13 bilhões
Mastite subclínica: US$ 9 bilhões
Coxeadura: 6 bilhões de dólares
Metrite: 5 bilhões de dólares
Cistos ovarianos: US$ 4 bilhões
Paratuberculose/Doença de Johnne: 4 bilhões de dólares
Retenção de placenta: US$ 3 bilhões
Abomaso deslocado: US$ 0,6 bilhão
Distocia: US$ 0,6 bilhão
Febre do leite/hipocalcemia: US$ 0,6 bilhão
Cetose clínica: US$ 200 milhões
No total, as perdas econômicas decorrentes de doenças do leite chegaram a cerca de US$ 65 bilhões por ano.
Foram observadas grandes diferenças entre os efeitos das doenças em diferentes regiões do mundo. Por exemplo, a cetose subclínica foi responsável por cerca de 35% das perdas na Oceania (incluindo Austrália e Nova Zelândia), mas apenas 24% das perdas na Europa. Em contrapartida, 25% das perdas na Europa foram devidas à mastite clínica, que contribuiu com apenas 10% das perdas na Oceania.
Em todos os 183 países estudados, a perda total anual média ajustada por comorbidade foi de cerca de US$ 351 por vaca. Por país, isso variou de apenas US$ 72 por vaca na Nigéria a US$ 1.900 por vaca na Coreia do Sul.
Em comparação com a população humana, os países mais afetados pelas doenças dos laticínios foram a Nova Zelândia (US$ 220/pessoa/ano), a Irlanda (US$ 140/pessoa/ano) e a Dinamarca (US$ 70/pessoa/ano).
Os países com as maiores perdas anuais gerais foram a Índia (US$ 12 bilhões), os Estados Unidos (US$ 8 bilhões) e a China (US$ 5 bilhões). Essas classificações estão correlacionadas com as classificações globais de produção de leite por país.
Os autores observaram que o tratamento das doenças dos laticínios e a melhoria da saúde animal ajudariam a aumentar a eficiência global da produção de laticínios e, ao mesmo tempo, reduziriam seu impacto ambiental. Eles destacaram a importância do leite e dos produtos lácteos como alimentos ricos em nutrientes que desempenharão um papel fundamental na nutrição global e na segurança alimentar, já que se espera que a demanda global total por alimentos aumente em até 56% entre 2010 e 2050.
Por Maureen Hanson – Publicado em Dairy Herd