Os consumidores que costumam encher o carrinho do supermercado com caixas de leite já perceberam que o produto deu um alívio no bolso neste ano.
Nas prateleiras dos principais estabelecimentos fluminenses, por exemplo, a queda média foi de 13%, segundo cálculos da Associação de Supermercados do Estado do Rio (Asserj). O consumo enfraquecido, o aumento das importações e a diminuição nos custos de produção ajudam a explicar a redução. Com isso, o varejo já aposta em promoções para aumentar as vendas.
O presidente da Asserj, Fábio Queiróz, ressalta que o preço do leite, que já vinha caindo, acentuou a redução com o início do período de calor e de chuvas nos pastos.
— Hoje, o preço médio para a compra seria R$ 3,53. Em dezembro de 2022, o custo era de R$ 4,07, devido à enorme seca que ocorreu na época. Vendo por essa ótica, o preço baixou em relação ao ano passado — ressalta o executivo.
Uma pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, mostra que o preço médio ao produtor caiu 24,8% ao longo de 2023 e despencou 30,4% em um ano, no período de outubro de 2022 a outubro 2023.
O preço do leite cru captado por laticínios em outubro teve queda real de 4,3% frente ao mês anterior, chegando a R$ 1,9675/litro.
Expectativa
A expectativa dos agentes de mercado é que o movimento de queda perca força nos próximos meses. A perspectiva de agentes consultados pelo Cepea é que o preço do leite captado em novembro fique estável na média.
Na avaliação do Cepea, o movimento de queda continua sendo explicado pela maior disponibilidade interna de lácteos — tanto pelo aumento da produção doméstica quanto pelo crescimento das importações.
Para o economista André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV IBRE, os preços já começaram a baixar mesmo no período de entressafra, mas neste ano os produtores não tiveram custos adicionais no período com o consumo de ração para o gado e a piora nas condições das pastagens. Além disso, a importação do produto da Argentina e do Uruguai repercutiu nos preços.
— O problema é que essa situação pode desestimular a prática da atividade dos pequenos produtores, que não vão querer amargar novos prejuízos, e desestimular a oferta de leite no futuro, o que pode levar a uma estabilização do preço ou a um aumento — explica Braz.
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