O queijo das cabras felizes de Melgaço que ouvem música de Spa.
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Os produtos destinam-se mais para consumo no mercado nacional, sendo comercializados no ponto de venda da Prados de Melgaço, em lojas de gourmet, no El Corte Inglés ou em mercados de especialidade.
O queijo das cabras felizes | Corria o ano 2012 quando a bioquímica Verónica Solheiro decidiu regressar à terra natal, em Melgaço, e criar o seu próprio emprego, contribuindo para a dinamização da economia local com produtos regionais.

Juntamente com o marido Marco Sousa, Verónica acabou por montar, já em 2015, a única queijaria da região. Desde então, a Prados de Melgaço já arrecadou vários prémios e correu mundo por pôr as cabras a ouvir música clássica e de Spa para ficarem mais relaxadas e, alegam, aumentarem a produção de leite. Agora, o casal prepara-se para investir 150 mil euros para duplicar a produção.

“Estávamos numa Festa do Alvarinho, em Melgaço, quando percebemos que não havia queijarias na região. Estava aí o nosso caminho”, começa por contar Verónica Solheiro ao ECO/Local Online. “Em 2015, investimos 500 mil euros, com apoio de 40% de fundos comunitários, na produção de leite e queijaria”, continua a empresária, enquanto mostra as dez referências de queijo de cabra que produz na Prados de Melgaço.

Entre elas, contam-se queijo curado, outro de cura longa, de Vinho Alvarinho & Pimentão, e Camembert de cabra, recorrendo a produtos regionais. O queijo mais recente tem um travo a fumeiro, fruto de uma parceria com um produtor local.

 

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Promotores acreditam que cabras podem produzir mais leite ao som de música de Spa ou clássicaJorge Matos 29 junho, 2023

Com uma faturação de 300 mil euros, em 2022, o casal prepara-se agora para investir 150 mil euros na ampliação da fábrica, situada entre os verdejantes prados de Melgaço, para duplicar para cerca de 20 toneladas de leite a capacidade produtiva, assim como na construção de uma zona envidraçada para degustação dos queijos de cabra.

Mas o início da empreitada está dependentemente da melhoria do contexto económico nacional e internacional.

“Estávamos a recuperar da pandemia e veio depois a guerra e os preços dos cereais ficaram muito inflacionados, ou seja, mais de 50% em relação ao preço inicial. Não tem sido nada fácil, pois temos custos de produção elevadíssimos e não podemos aumentar mais o preço ao consumidor final”, alerta.

Estávamos a recuperar da pandemia e veio depois a guerra e os preços dos cereais muito inflacionados, ou seja, mais de 50% em relação ao preço inicial. Não tem sido nada fácil, pois temos custos de produção elevadíssimos e não podemos aumentar mais o preço ao consumidor final.

Verónica Solheiro, Coproprietária da Prados de Melgaço

A ordenha das cabras ao som de música de Spa

Ao entrarmos na Prados de Melgaço, o ambiente no cabril é de tranquilidade e relaxamento, com música clássica ou de Spa com sons da natureza, enquanto as cabras se passeiam calmamente. “Quanto menos stresse e mais relaxadas as cabras estiverem, mais produção de leite vamos ter e com mais qualidade.

Por isso, era lógico pôr música para elas estarem realmente calmas”, frisa Verónica Solheiro, alegando evidências em vários estudos que testaram a influência da música na produtividade dos animais. Caso contrário, realça, “ficariam mais irrequietas e nervosas, e, por consequência, a produção de leite diminuiria”.

Desde cedo, e partindo das premissas de que “de animais felizes resulta leite de qualidade”, ou “apenas com leite de qualidade se consegue o melhor queijo”, Verónica Solheiro quis proporcionar as melhores condições de criação às 400 cabras que tem, de raça murciana granadina, e consequente produção de leite para conseguir um queijo de excelência e referência no mercado.

E foi por isso que recorreu à técnica já utilizada por produtores de pecuária um pouco por todo o mundo: a influência da música na produtividade do animal.

O marido Marco já costumava recorrer a essa metodologia na criação dos cavalos. E os resultados são visíveis pelo comportamento das cabras na hora da ordenha e consequente produção de leite. “Neste momento, estamos com uma média de produção de 200 litros de leite por dia“, frisa a empresária.

Quanto menos stresse e mais relaxadas as cabras estiverem, mais produção de leite vamos ter e com mais qualidade.

Verónica Solheiro,Coproprietária da Prados de Melgaço

Entre os prémios que a empresa já arrecadou, constam a medalha de prata para o Queijo Vinho Alvarinho & Pimentão e duas de bronze para o queijo Amanteigado e o Curado no concurso World Cheese Awards, em 2021, além das menções honrosas atribuídas pelo Concurso Queijos de Portugal 2015.

Os produtos destinam-se mais para consumo no mercado nacional, sendo comercializados no ponto de venda da Prados de Melgaço, em lojas de gourmet, no El Corte Inglés ou em mercados de especialidade.

 

 

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MAS VENTAS. MENOS COSTOS. MAS FACIL

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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