Quem poderia imaginar que a queijaria Rouwstik, que começou sua produção de forma modesta em 2017, alcançaria resultados tão extraordinários?
Localizada na comunidade de Indaiá, em Petrolândia, essa propriedade familiar se destaca pela produção de queijos feitos com leite de ovelha, conhecido por sua consistência única e benefícios para a saúde.
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O Queijo Perimbó, também conhecido como queijo azul, recebeu o primeiro Selo Artesanal do Brasil para queijos feitos com leite de ovelha. De acordo com a produtora rural Rosangela Erahardt, um queijo tão especial, é resultado de um processo especial e cuidadoso.
“Além de ele não ser prensado ele é maturado por 60 dias com o mofo penicillium roqueforti, tanto inoculado já no leite o mofo. Porém, ele não azula por dentro porque a gente não fura, esse mofo ele é vivo e precisa de oxigênio para proliferar“, conta.
Entrega da certificação
No dia 25 de junho, ocorreu na propriedade o evento de entrega da certificação. O Governo Federal concede o selo por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com a documentação enviada pelo órgão fiscalizador municipal responsável pelo Serviço de Inspeção Municipal (SIM).
Com cerca de 50 ovelhas leiteiras e uma produção média de 80 litros diários, a queijaria Rouwstik produz um total de 9 tipos de queijos, utilizando tanto leite de ovelha quanto leite de vaca.
“Produzimos o tipo Pecorino e comercializamos completamente aqui na propriedade. Produzimos e vendemos o fondue Gourmet de ovelha aqui também. Temos o queijo colonial feito com leite de vaca, maturado por 60 dias, e também oferecemos o tipo parmesão, vendido exclusivamente aqui na propriedade. Porque, como trabalhamos o turismo rural na propriedade a gente precisa ter alguma coisa que chamam também o nosso público. Então, não vai encontrar em mercados”, conta.
História da propriedade
A propriedade sempre teve ovelhas, mas não com a finalidade de produção de leite. Em 2017, Seu Rubens Schmitz trabalhava em um laticínio e comprou um lote de ovelhas para engordar, onde usaria resíduos de soro do laticínio. No entanto, todas as 30 ovelhas adquiridas eram fêmeas. Após uma sugestão de uma amiga, começaram a ordenhar o leite delas, o que não era comum na região.
“O leite de ovelha é muito semelhante com leite humano. Então, hoje a gente tem clientes de outros estados que o médico recomenda o consumo do derivado do leite devido à deficiência de cálcio no organismo”, enfatiza.
O leite utilizado nos queijos é cru, pois dessa forma, são preservadas todas as suas propriedades benéficas. Estudos mostram que, com 60 dias de maturação, qualquer microrganismo que seria eliminado pelo processo de pasteurização é naturalmente neutralizado. O objetivo agora é obter a identificação geográfica através do queijo Perimbó. Portanto, o acesso à assistência técnica com boas práticas de produção e políticas públicas foi fundamental para alcançar o sucesso da queijaria.
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Parceria com a Epagri
O Engenheiro Agrônomo e extensionista rural da agência regional da Epagri de Rio do Sul, Tomás Pelizzaro Pereira afirma que a parceria existe desde o início.
“Aqui na propriedade já foi feito, então, financiamento para a construção da queijaria para já adequar às normas já com vistas a obter a certificação, que é muito importante isso. A gente sempre trabalha isso com os agricultores em todas as cadeias, mas especialmente nos produtos de origem animal. É muito importante ele já inicie seu empreendimento com vistas a legalização. E aqui está o resultado, podemos ver os selos que foram conquistados, como o selo queijo artesanal aqui da propriedade. Foi com certeza uma parceria muito importante com a como municipalidade. Ele é concedido através do selo de inspeção Municipal, a Prefeitura de Petrolândia através da fiscalização, que faz toda essa fiscalização com vistas a legalização e o consumidor tem um produto seguro”, comenta.
Integrado ao programa de turismo rural “Caminhos no Campo”
A venda dos queijos é aberta ao público. O sítio Rouwstik integra a criação de ovelhas e o processo de produção de queijos ao programa de turismo rural ‘Caminhos no Campo’, desenvolvido pela Associação de Municípios do Alto Vale do Itajaí (AMAVI). Além disso, grupos de visitantes podem desfrutar de café colonial ou almoço na propriedade.
O filho de Rosângela, Kauê Honorato, recorda que, no início, enfrentaram grandes dificuldades sem amigos ou vizinhos para pedir ajuda e trocar informações. Acordar de madrugada para ordenhar as ovelhas também era um desafio. O jovem, que considerava deixar a vida no campo para tentar um futuro na cidade, hoje já amadureceu a ideia de permanecer na propriedade, e assim possui vários projetos e reconhece a importância das parcerias.
“Creio que nos próximos anos, assim, como o selo foi um marco na história e vão vir em outros. Principalmente com a ajuda da Epagri, de todos esses órgãos que estão auxiliando. Porque, agora a gente já não consegue mais caminhar sozinho, estamos em um patamar que sozinho a gente vai ficar estagnado. Então, esses órgãos estão apoiando a gente e pra levar os queijos e o projeto do turismo para outro estágio”, finaliza.