Queijo é um alimento milenar cuja história remete aos egípcios. Além de nutritivo, é extremamente versátil, até porque existem inúmeros tipos, cada qual com suas características de sabor, textura e cor.

Além disso, um mesmo tipo pode variar bastante dependendo de onde é produzido e do leite utilizado. São distintos em relação ao tempo de cura, teor de gordura, doçura, origem do leite e inúmeros outros fatores.

Trata-se de um alimento tão importante que tem até uma data comemorativa, no 20 de janeiro é o Dia Mundial do Queijo.

Aproveitando a data, vamos tratar brevemente desse universo amplo, complexo e encantador:

Entre tantos assuntos que se pode dizer sobre o tema, um é ainda mais especial, as múltiplas harmonizações possíveis.

O queijo se une perfeitamente ao pão, ou melhor seria dizer no plural, queijos e pães formam uma dupla imbatível. Não podemos nos esquecer ainda dos inúmeros doces e sobremesas que têm o queijo como ingrediente ou mesmo como quando ele é servido de forma casada com outros alimentos. Como não apreciar uma fatia de goiabada com queijo? A dupla é tão apaixonante que ganhou o apelido de Romeu e Julieta. Difícil também recusar queijo com uma farta colherada de doce de leite molinho.

Algumas frutas como peras, figos, ameixas, cerejas, damascos, nozes, tâmaras são acompanhamentos prefeitos para vários tipos de queijo.

Vários tipos de queijos integram receitas salgadas maravilhosas e clássicas, como quiches, fondues, racletes, só para citar algumas.

Mesmo com todas essas possibilidades, a harmonização mais festejada, apreciada e comentada é a de queijos com vinhos.

Uns dizem que é um casamento perfeito. Outros acham que queijos e vinhos nem combinam e nem deveriam estar juntos. Como há uma variedade muito grande de tipos de queijos, harmonização também muda em relação ao vinho. E, claro, não é todo vinho, nem todo queijo que podemos harmonizar. Para ajudar nessa missão, o sommelier Gustavo Peroni, da Cantu Grupo Wine, listou alguns queijos bem tradicionais e algumas harmonizações perfeitas com rótulos renomados.

Queijo Minas Fresco (brasileiro)

É um clássico muito presente na mesa do brasileiro, possível de se encontrar em quase todos os mercados e de uma grande variedade de marcas. Esse é um queijo magro, pouco gorduroso e pouco salgado, então, devemos evitar vinhos amadeirados, pesados e muito estruturados. Com o Merlot ou Carmenère chileno sem barrica, como a linha Ventisquero Clásico, por exemplo, combina muito bem. Uma variação que funciona também é o português Bons Ventos tinto ou branco, por ser um vinho frutado, fresco e leve.

Um dos queijos mais consumidos no Brasil, a mussarela é uma boa pedida para acompanhar um vinho. E já que é um queijo de origem italiana, não poderia faltar uma sugestão de vinho da Itália que para ele: O Chianti, o mais famoso dos vinhos Toscanos. Do produtor Le Casine, um Chianti com excelente relação preço e qualidade e que surpreende quando servido com esse queijo, inclusive, faz um bom casamento para um filé à Parmeggiana ou uma Pizza de Mussarela também.

Parmesão (italiano)

Outro clássico italiano é o queijo parmesão. Existem diversas maneiras de usá-lo, mas o brasileiro adora beliscar em uma tábua de queijos ou em lascas sobre as massas. É um queijo duro, gorduroso e salgado, portanto aqui pode apostar em tintos mais encorpados e estruturados, como o Malbec da linha Crios, da vinícola Susana Balbo Wines e que passa por barricas de carvalho ou o Ventisquero Cabernet Sauvignon, da linha Reserva.

Queijo coalho (brasileiro)

Pouca gente resiste àquele queijinho coalho assado na brasa. Costuma ser um abre alas no churrasco no Brasil e, sim, tem vinho para harmonizar com ele. Um fato importante é que muitos queijos vão bem mesmo com vinhos brancos. Uma boa opção para o queijo coalho é o Ciconia branco, da região do Alentejo, em Portugal. Os aromas de frutas amarelas e notas cítricas com acidez refrescante fazem este rótulo ser uma ótima opção para o início do churrasco, e vai acompanhar inclusive a linguiça assada.

É um queijo diferente e fácil de identificar pelos famosos fungos que o deixam com uma aparência bem peculiar. Para os amantes de queijos e vinhos, o Gorgonzola tem seu espaço na tábua e na harmonização. Entre suas principais características, estão o sabor forte, salgado e com certo amargor no final de boca e é justamente esse amargor que faz um contraponto com os vinhos de sobremesa como o Vinho do Porto. A opção da vinícola Poças do tipo Tawny é bem assertiva. Outra opção que funciona é um branco feito da uva Moscato ou Moscatel, ótimo exemplo do produtor Mezzacorona, que possui muito frescor e acidez em um certo açúcar residual.

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