De acordo com relatório divulgado pelo banco neerlandês Rabobank sobre a produção de leite neste primeiro trimestre de 2024, a projeção é que neste período, haja uma queda de 1% na captação do produto no Brasil em comparação com o mesmo período do ano passado.
Os analistas pontuam que as temperaturas elevadas e chuvas abaixo da média nas principais bacias leiteiras do país devem continuar pesando sobre a cadeia produtiva. Além de prejudicar o vigor das pastagens, há também impacto no bem-estar animal, fazendo com que as vacas produzam menos.
“Os preços do leite spot têm aumentado no primeiro trimestre de 2024, refletindo a maior procura e a menor disponibilidade, com a diminuição da produção”, informa o reporte. Segundo o Rabobank, com o índice de desemprego no Brasil abaixo de 8% e aumento no salário, houve um aquecimento na compra de lácteos na ponta consumidora.
IMPORTAÇÕES
Ainda conforme o relatório do Rabobank, com o aumento dos preços do leite no mercado interno e o real relativamente estável em comparação ao dólar, as importações de leite devem seguir competitivas neste início de ano.
Entretanto, um decreto publicado pelo Governo Federal e que passou a vigorar no início de fevereiro, “concedendo créditos fiscais adicionais aos processadores que utilizam apenas leite em pó brasileiro como insumo para processamento”, deve causar alguma limitação na entrada de leite importado no país. Os analistas do banco ponderam que será necessário acompanhar os desdobramentos desta medida para saber, de fato, qual será seu impacto na cadeia produtiva
CUSTOS DE PRODUÇÃO
A expectativa do banco, conforme aponta o relatório, é de que os custos de produção devem seguir favoráveis ao produtor de leite no primeiro semestre deste ano. Isso se deve à menor demanda da China, que pode ajudar a manter os preços do milho mais baixos nos próximos meses, e também às quedas nos valores da soja.
“No geral, as margens dos agricultores deverão continuar a melhorar no primeiro semestre de 2024, com preços do leite mais elevados, clima mais normal e custos de alimentação ligeiramente mais baixos. Prevemos a produção de leite em 2024 0,5% acima dos níveis de 2023”, finaliza o relatório.