Um estudo encomendado pela Nestlé junto a 948 de seus 1,1 mil fornecedores de leite constatou que quanto menor a emissão de gases do efeito estufa, maior a produtividade pecuária das fazendas participantes do seu programa de boas práticas.
Segundo dados prévios do levantamento, o grupo composto por 25% das fazendas com menor emissão produziu, em média, 26 litros de leite por vaca em lactação por dia – praticamente o dobro do registrado entre o quarto de fazendas mais emissoras, com 13 litros por animal em lactação por dia.
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De acordo com a gerente executiva de agricultura regenerativa da Nestlé, Bárbara Sollero, a produção de leite representa cerca de 30% das emissões de gases do efeito estufa da companhia. O levantamento, afirma, servirá de base para que a empresa alcance sua meta de reduzir em 20% suas emissões até 2025 e em 50% até 2030.
“O meio pelo qual vamos descarbonizar as nossas operações em agricultura é adotando práticas regenerativas”, assegura a executiva. Dentre as metas da Nestlé, está o de adquirir 30% de sua matéria-prima de fazendas que adotem tais práticas.
Localizada em Santa Rosa de Goiás, a 90 quilômetros de Goiânia, a produtora Célia Rezende está entre os fornecedores considerados referência pela Nestlé. Em pouco tempo, ela passou da categoria de fazendas com práticas de sustentabilidade básicas, como o não revolvimento do solo, para a categoria “ouro”.
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“Tirar leite é fácil, mas se adequar custa. Essa foi a nossa maior dificuldade e tivemos que nos adaptar”, comenta a produtora. O resultado foi imediato. Após iniciar o cultivo do próprio milho, integrado com a criação dos animais, ela conseguiu eliminar um custo mensal de R$ 3 mil com alimentação animal e viu produção diária por animal aumentar, em média, 50 litros.
“A partir da hora que paramos de ter esse gasto extra com os animais passamos a ter recursos para investir r melhorar em outras áreas. Então fez, realmente, uma diferença muito grande”, destaca a produtora.
Segundo o levantamento, as fazendas fornecedoras da Nestlé que adotam práticas de agricultura regenerativa tiveram uma produtividade 8% maior no plantio de grãos para silagem com 18% menos emissão. Ainda de acordo com a companhia, os produtores atendidos já conseguiram, ao todo, reduzir em 14% suas emissões no último ano.
“Ao obter o dado dessas fazendas, conseguimos saber exatamente quais as emissões e de onde elas estão vindo para que possamos aprimorar nossa jornada rumo a descarbonização”, completa Sollero.