ESPMEXENGBRAIND
14 jul 2025
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🧪 Startups brasileiras lideram o avanço da biotecnologia e fermentação, criando proteínas sem origem animal e abrindo um novo capítulo para a indústria de alimentos.
Brasil
Grandes empresas, como a JBS, já investiram mais de US$ 50 milhões em centros de desenvolvimento de proteínas cultivadas entre 2023 e 2024.

Mais de R$ 2 bilhões já foram investidos em pesquisa e tecnologia no setor de alimentos no Brasil. O resultado?

Uma revolução silenciosa que começa a sacudir os pilares da indústria tradicional, colocando o país no centro do desenvolvimento global de proteínas alternativas.

Entre os destaques dessa nova era está a Future Cow, uma startup fundada por Leonardo Vieira. A empresa utiliza fermentação de precisão para produzir proteínas do leite — como a caseína e o soro — sem utilizar vacas.

Todo o processo ocorre em biorreatores com microrganismos geneticamente modificados, que replicam a estrutura das proteínas naturais.

Essa inovação permite eliminar lactose, colesterol e hormônios, além de consumir 99% menos água e 60% menos energia, de acordo com dados do setor em 2024. A promessa: um leite mais limpo, acessível e sustentável.

E não para por aí. A Typcal, outra foodtech brasileira, aposta no micélio — estrutura dos fungos — para desenvolver carnes alternativas. Desde 2021, a empresa testa tecnologias para criar hambúrgueres e pizzas sem ingredientes animais.

Os produtos, lançados em parceria com restaurantes paulistanos, impressionam pela textura e preparo rápido.

A eficiência da produção também impressiona: cada lote gera até 7 mil vezes mais proteína por metro quadrado do que a soja e pode ser concluído em apenas 24 horas. E o sabor? Neutro e versátil, ideal para aplicações industriais e gastronômicas.

Já a Mun Alimentos introduziu o tempê no Brasil em 2016, ampliando o portfólio de proteínas fermentadas no país. Com presença em mais de 300 pontos de venda, a empresa oferece um alimento rico em proteínas, fibras e prebióticos, com baixo teor de carboidratos.

O tempê, tradicional na Indonésia, agora ganha popularidade por aqui — enquanto o mercado global movimenta bilhões.

Esses avanços só se tornam viáveis graças à evolução do marco regulatório brasileiro. A publicação da Resolução RDC nº 839 da Anvisa, em dezembro de 2023, trouxe regras claras para novos ingredientes, incluindo os obtidos por fermentação. O ambiente regulatório, agora mais sólido, atrai investidores e fortalece a confiança na inovação.

Nesse cenário, o Brasil se destaca por sua abundância de água, energia limpa e açúcar — elementos fundamentais para a bioprodução de alimentos. Além disso, iniciativas como a Nova Indústria Brasil, do governo federal, estimulam a sustentabilidade e a descarbonização da cadeia produtiva.

Grandes empresas, como a JBS, já investiram mais de US$ 50 milhões em centros de desenvolvimento de proteínas cultivadas entre 2023 e 2024. É um sinal claro de que o setor tradicional também está atento à transformação em curso.

Para Eamim Daidre Squizani, pesquisadora do Instituto SENAI de Inovação, fermentação de precisão e carne cultivada serão essenciais para a segurança alimentar do Brasil. E com o apoio da inteligência artificial, o desenvolvimento de novos produtos será cada vez mais rápido e eficiente.

Em meio a esse movimento, o consumidor brasileiro começa a provar — literalmente — os benefícios dessa nova geração de alimentos. Com menos impacto ambiental e mais acesso à inovação, o país avança em direção a um futuro onde carne pode vir de fungos e leite pode existir sem vacas.

A comida do futuro já está no prato. E o Brasil está servindo primeiro.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de  CPG Click Petroleo e Gas

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