A melhoria do controle sanitário do rebanho leiteiro e o aumento da produtividade são fatores chaves para abrir caminho para as exportações brasileiras de produtos lácteos, na visão de representantes das cooperativas de lácteos, que participam da 19ª edição da Exposição Brasileira do Agronegócio do Leite – Megaleite 2024, que começou na terça-feira (11/6) e vai até sábado (15/6), no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte.
“Temos um grande desafio com a exportação que é equacionar a questão dos casos de brucelose e tuberculose bovina. No Sul esse trabalho está mais avançado. Em Minas Gerais estamos trabalhando nisso”, afirmou Marcelo Candiotto, presidente da Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR), maior cooperativa de captação de leite do país.
O executivo acrescentou que o produtor de leite hoje no Brasil não consegue competir em preços no mercado internacional. “Temos que trabalhar a eficiência da cadeia para aumentar a nossa produtividade”, disse Candiotto.
Vasco Praça Filho, presidente da Central Mineira de Laticínios (Cemil) e da Federação das Cooperativas Agropecuárias de Leite de Minas Gerais (Fecoagro Leite Minas), acrescentou que a maior barreira para o Brasil exportar lácteos é sanitária e um dos problemas é a alta incidência de mastite. “Temos que baixar os nossos níveis de CCS [contagem de células do sistema imune das vacas presentes no leite]”, disse Praça. O executivo acrescentou que a Cemil exporta atualmente leite condensado e achocolatado para Argenetina e Venezuela.
Fernando Ferreira, analista técnico da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), afirmou que os produtores precisam definir quais produtos vão querer exportar e investir no aumento de competitividade dessas linhas. Ele também defendeu mais trabalho conjunto das cooperativas para aumentar a competitividade no setor. O analista citou o caso da Unium, formada pelas cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal.
De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária, de janeiro a maio, as exportações de produtos lácteos avançaram 45% em volume, para 16,1 mil toneladas de produtos, em comparação com o mesmo período de 2023. Em valor, o avanço foi de 46,9%, para US$ 45,8 milhões. Já as importações recuaram 0,4% em volume, para 109,4 mil toneladas, e 8,2% em valor, para US$ 405,5 milhões.