- A redução no preço pago aos produtores de leite no Brasil e, particularmente, no Paraná, no primeiro bimestre, é um dos assuntos analisados no Boletim de Conjuntura Agropecuária da semana de 20 a 26 de fevereiro. O documento elaborado por técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, também analisa outros produtos.
Valor recebido – O ano não começou bem para os produtores de leite, na média geral do Brasil. O preço do litro, de acordo com pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), teve redução de 4,3% no início de fevereiro, em comparação com o mês anterior. Isso representa que o produtor recebeu R$ 2,03 pelo litro.
Paraná – No Paraná, a queda no valor do litro foi um pouco maior, de 6%, na comparação entre a média de janeiro de 2021 com a semana de 15 a 19 de fevereiro. No entanto, ainda que as reduções sejam verificadas neste primeiro bimestre, as altas ocorridas ao longo do segundo semestre do ano passado foram mais expressivas.
Restrição – Naquele período, houve restrição na oferta de leite, em razão da estiagem e da alta nos custos de produção, o que refletiu no aquecimento dos preços. O retorno das chuvas e a melhoria na disponibilidade de forragens levaram ao aumento de captação do produto, que resultou em queda na cotação para o produtor. A projeção futura depende, entre outros fatores, do clima, balança comercial e custo dos insumos.
Aves e suínos – O custo de produção da avicultura de corte teve alta de 5,12% em janeiro em âmbito nacional, de acordo com a Embrapa Suínos e Aves. No Paraná, o preço do milho, por exemplo, subiu 12% em janeiro, no atacado, comparado com o mês anterior. O farelo de soja seguiu o mesmo caminho, com aumento de 12,5% no preço.
Exportação – O boletim registra, ainda, que, em janeiro, o Paraná exportou 8,4 mil toneladas de carne suína. O volume é 2% menor que igual período de 2020, mas não altera a expectativa de que este ano o setor poderá atingir novos recordes em vendas para o Exterior.
Feijão e mandioca – A primeira safra de feijão está com a colheita praticamente finalizada, com produção esperada de 254,5 mil toneladas, volume 19% menor que o registrado no período anterior. A segunda safra tem 73% dos 233,2 mil hectares previstos semeados, com expectativa de colher 460,8 mil toneladas.
Colheita – Com o bom tempo e necessidade de liberar o solo para plantio de milho e feijão, a colheita de mandioca se intensificou nas últimas semanas, atingindo 8% dos 150 mil hectares. Com isso, a oferta para as indústrias aumentou, possibilitando a reposição dos estoques de fécula, que estavam baixos.
Outros produtos – O documento preparado pelos analistas do Deral também estima redução de pelo menos 6,7% na primeira safra do milho em relação à projeção inicial. Sobre a soja, o registro é de que a colheita atingiu aproximadamente 8% da área, abaixo do normalmente observado neste período, o que se deve ao atraso no plantio e excesso de chuvas nas últimas semanas.
Trigo – A cultura do trigo pode perder espaço, em razão da projeção de aumento da área do milho safrinha, que é concorrente. Mas ainda há expectativa de que os produtores estendam o plantio do cereal sobre áreas ocupadas por outras culturas, como a aveia preta. O boletim também aborda a comercialização de 83% da produção de cebola. (Agência de Notícias do Paraná)