O tradicional “Dia de Campo do Leite” foi ampliado e, neste ato, as atividades com foco na cadeia produtiva serão realizadas durante a “Semana do Leite”.
A programação vai de 5 a 8 de novembro na Estação Experimental Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão. Em cada dia haverá um direcionamento para que todos os públicos sejam atendidos, como os pesquisadores e os técnicos, os produtores e também os consumidores.
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Além disso, estarão presentes agroindústrias de laticínios para que os visitantes conheçam os produtos.
“É um espaço de discussões das questões ligadas à cadeia produtiva do leite, como políticas públicas e técnicas. Atualizar os produtores e técnicos, mostrar para a população urbana a produção do leite e trazer essa discussão para a Região Sul”, diz o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Waldyr Stumpf Junior, sobre o objetivo da semana e a complexidade que a envolve.
Stumpf destaca que, desde o fechamento da Cosulati, as instituições da região de Pelotas têm demonstrado preocupação com a situação da produção de leite. Isso ocorre porque o produto, que antes era destinado ao mercado local, agora está sendo redirecionado para outras regiões.
“A ideia também é avaliar a situação atual do setor leiteiro, onde estamos e onde queremos chegar. Isso é muito importante, pois, daqui para frente, chegamos a um ponto que já era difícil, e com a enchente, a situação piorou.
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A reconstrução da atividade é o objetivo ao qual queremos chegar, complementa o coordenador regional da Emater/RS-Ascar em Pelotas, Ronaldo Maciel, sobre os assuntos que serão discutidos na Semana do Leite.
Pensando nisso, no primeiro dia (5) ocorrerá o Simpósio “Leite RS 2024: Reconstrução e Renovação”. Com o viés mais institucional, é aberto para todos os públicos.
Devem ser discutidos temas como políticas públicas e as perspectivas do setor com enfoque no produtor e nos sistemas de produção, proposições da pesquisa e assistência técnica, extensão rural e um debate sobre os principais desafios pós crise climática.
No dia 6, acontecerá o “12º Dia de Campo do Leite” com três estações temáticas destinadas aos técnicos e produtores leiteiros.
A primeira é a “Resistir”, que destaca a importância da resistência na cadeia do leite, desde a produção até o consumo, evidenciando os benefícios para toda a sociedade. Já a segunda é a “Reconstruir”, com soluções e tecnologias que permitam reconstruir, recuperar ou remediar os efeitos de crises climáticas.
E a última é a estação “Renovar”, com o propósito de enxergar o que é preciso mudar para que as perdas não se repitam.
O engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Cesar Roberto Demenech, explicou que os produtores enfrentaram tanto fortes chuvas quanto estiagem neste ano, e o Simpósio abordará esses desafios. “Esse primeiro e segundo dia vêm nesse sentido de ‘tivemos problemas, vamos ter problemas, mas podemos nos preparar’”, diz Demenech.
O terceiro dia (7) terá o “Dia de Campo Leite RS: Sustentabilidade, Qualidade de vida para o consumidor” destinado para comunidade urbana.
O intuito é mostrar para o consumidor todo o processo do leite até chegar na mesa de casa. Escolas de Capão do Leão e de Pelotas levarão seus alunos, e os interessados em conhecer mais da cadeia leiteira também podem participar do evento. Ainda no terceiro dia, haverá uma reciclagem sobre as técnicas para inseminadores.
Para finalizar, no dia 8, ocorrerá o Workshop Hub Leite, um evento técnico científico com apresentações e discussões da Embrapa e instituições de PD&I sobre inovação no setor leiteiro. O foco do debate será a modelagem para a construção de parcerias interinstitucionais voltadas ao desenvolvimento do setor.
A “Semana do Leite” é uma realização da Embrapa, Emater/RS-Ascar, Coopar, Plataforma Colaborativa Sul, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e governo federal. Além disso, participarão instituições como a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul), entre outras.