Os 19 municípios situados na região do Vale do Açu ainda têm pouca expressividade na produção de leite no Rio Grande do Norte. Mesmo juntamente com o município vizinho Jucurutu, que é o segundo maior produtor de leite do estado, chegam a produzir por ano 39,6 milhões de litros de leite. Esse quantitativo representa aproximadamente 17% da produção de leite do Rio Grande do Norte, estimada em mais de 228 milhões litros por ano, segundo informações do último censo agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
O Sebrae no Rio Grande do Norte busca ampliar essa produção gerada pelo rebanho da região, composto por 101 mil animais, e tem buscado estratégias para aumentar a produtividade das fazendas. Uma das ações é capacitar esses produtores. Por isso, a instituição, juntamente com o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e a Prefeitura de Assú, vai realizar o Seminário da Pecuária Leiteira do Vale do Açu. O evento ocorre no dia 7 de outubro próximo, a partir das 8h, no Cine Teatro Pedro Amorim, e vai discutir os principais desafios do setor na região, assim como apresentar soluções e conhecimento para fugir desse cenário. As inscrições e informações podem obtidas pelo telefone 84 99660-2224.
A bovinocultura leiteira do Vale do Açu apresenta gargalos, como em boa parte dos municípios do semiárido nordestino. Falta de assistência técnica, alto custo dos insumos, baixa produtividade, carência de volumoso para alimentação dos animais, falta de uma política de desenvolvimento do setor na região, baixo padrão genético do rebanho, dificuldade de acesso ao crédito, elevado custo da energia para produção de forragem na propriedade e irrigação estão entre os principais desafios, que serão debatidos durante o evento.
Programa AgroNordeste
De acordo com especialistas, o Vale do Açu apresenta grande potencial de desenvolvimento para o setor devido às condições de solo e água, além de uma aptidão natural e cultural da região, que já foi destaque na produção de leite no Rio Grande do Norte. Por isso, a região foi escolhida como uma das prioritárias do Programa AgroNordeste, do Governo Federal, para desenvolvimento da bovinocultura leiteira, entre outros segmentos.
O seminário é voltado para produtores, técnicos, secretários de agricultura, instituições financeiras, órgãos de fomento, agentes políticos e demais entidades ligadas a essa cadeia produtiva. Na programação, temas como o uso da inseminação artificial como alternativa para ampliar a produtividade das propriedades e melhorar o padrão genético do rebanho. O seminário também vai destacar para os produtores a importância do período seco para a saúde dos animais e as formas de se obter lucro, mesmo durante o tempo de estiagem.
O evento ainda terá conteúdos e palestras para os produtores que atuam na fabricação de queijos artesanais. Especialistas e veterinários vão detalhar os principais requisitos para se obter certificação para queijeiras e ampliar o mercado consumidor dos derivados do leite. Além de comprovar como é possível ter sucesso nesse ramo ao apresentar o caso do produtor Lucenildo Firmino de Souza, conhecido por Galego da Serra, como um exemplo bem sucedido nessa área.
A ideia é levar conhecimento através das palestras técnicas para incentivar os criadores a se desenvolverem e apresentar oportunidades e troca de informações entre criadores. Na programação, também está prevista uma mesa redonda com instituições financeiras para falar sobre crédito rural e as opções para renegociar dívidas.