O setor leiteiro do Rio Grande do Sul voltou ao centro do debate institucional ao reunir autoridades políticas e lideranças empresariais em uma cerimônia de reconhecimento promovida pelo Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat RS).
O evento marcou a entrega do Prêmio Destaques 2025 e reforçou a dimensão econômica, territorial e social de uma cadeia considerada estratégica para o desenvolvimento gaúcho.
A solenidade ocorreu em clima de valorização do setor leiteiro, que está presente em 493 dos 497 municípios do Estado, segundo dados apresentados pelo próprio Sindilat RS. Entre os homenageados estiveram o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, que representou o governador Eduardo Leite, o vice-governador Gabriel Souza e o secretário de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Edivilson Brum.
Ao receber a homenagem, Ernani Polo destacou o papel estruturante do setor leiteiro para a economia estadual. Segundo o secretário, trata-se de uma atividade que movimenta aproximadamente R$ 9,5 bilhões por ano e ocupa posição de destaque no Valor Bruto da Produção (VBP) do Rio Grande do Sul. O leite aparece como o quinto produto mais relevante do Estado, atrás apenas da soja, do arroz, do frango e da carne suína.
Em seu discurso, Polo afirmou que o setor leiteiro é estratégico para o Estado, tanto pelo volume econômico gerado quanto pela sua capilaridade territorial. Ele ressaltou que poucas atividades conseguem combinar, ao mesmo tempo, geração de renda, presença em pequenas propriedades e distribuição equilibrada da produção ao longo do território gaúcho.
Os números apresentados pelo Sindilat RS reforçam esse diagnóstico. O Rio Grande do Sul ocupa atualmente a terceira posição no ranking nacional de produção de leite, consolidando-se como um dos principais polos da cadeia láctea brasileira. Dentro do Estado, a região Noroeste se destaca como principal fornecedora, concentrando cerca de 86% de todo o leite produzido em território gaúcho.
Para as lideranças do setor, essa concentração produtiva evidencia tanto a eficiência regional quanto a necessidade de políticas públicas contínuas para garantir competitividade, previsibilidade e sustentabilidade ao setor leiteiro. Representantes industriais presentes no evento ressaltaram que a articulação entre governo, produtores e indústria é decisiva para enfrentar desafios como custos de produção, volatilidade de preços e exigências sanitárias e ambientais cada vez mais rigorosas.
A homenagem ao vice-governador Gabriel Souza e ao secretário Edivilson Brum também teve forte simbolismo político. Ambos foram citados como interlocutores frequentes do setor leiteiro, especialmente em pautas relacionadas à infraestrutura rural, ao apoio à produção sustentável e à manutenção da atividade em regiões de menor escala produtiva.
Durante a cerimônia, dirigentes do Sindilat RS enfatizaram que o reconhecimento não se limita a um gesto protocolar. Segundo a entidade, a premiação busca consolidar uma agenda de diálogo permanente, capaz de garantir que o setor leiteiro siga competitivo diante de um mercado cada vez mais concentrado e globalizado.
Além do impacto econômico direto, o setor foi lembrado pelo seu papel social. Milhares de famílias dependem da atividade leiteira como principal fonte de renda, especialmente em municípios de pequeno porte. Essa característica confere ao setor leiteiro uma função estratégica na fixação do produtor no campo e na manutenção do tecido social rural.
O evento também funcionou como um sinal político em um momento de transformações no agronegócio brasileiro. Para o Sindilat RS, fortalecer a imagem institucional do setor leiteiro é fundamental para ampliar investimentos, estimular inovação industrial e garantir segurança jurídica aos diferentes elos da cadeia.
Ao final da cerimônia, o tom predominante foi de reconhecimento, mas também de responsabilidade. Autoridades e representantes da indústria convergiram na avaliação de que o desempenho futuro do setor leiteiro dependerá da capacidade de coordenação entre políticas públicas, eficiência produtiva e valorização do produto no mercado interno.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de A Plateia






