Embrapa destaca que os testes iniciais mostraram que a sobremesa ajudou a reduzir a taxa de glicemia de pessoas saudáveis
Vanilla ice cream in a bowl with a spoon on a wooden board

Embrapa destaca que os testes iniciais mostraram que a sobremesa ajudou a reduzir a taxa de glicemia de pessoas saudáveis

26 de outubro de 2019 às 09h04
Por Canal Rural
SORVETE DE CABRA

Foto: Embrapa

Um consumidor sem restrições, normalmente, dá pouca atenção a produtos dietéticos, seja pelo sabor dos substitutos do açúcar, seja por considerar que não precisa daquilo. Mas e se o produto fosse gostoso e saudável? O desenvolvimento de um sorvete dietético à base de leite de cabra, contendo probióticos e prebióticos, pode contribuir para ampliar a oferta de alimentos funcionais tendo o leite caprino como principal ingrediente.

Mas, por que um sorvete? Segundo pesquisadores, é um produto que favorece o funcionamento do trânsito gastrointestinal, trato importante para os efeitos benéficos dos probióticos no intestino.

Uma pesquisa da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) destaca que os testes iniciais mostraram que a formulação do sorvete ajudou a reduzir a taxa de glicemia de pessoas saudáveis e que também é adequada ao consumo por pessoas diabéticas.

“Isso porque o diabetes tipo 2 vem sendo associado a um desequilíbrio da microbiota intestinal e os probióticos e prebióticos podem contribuir para reequilibrar a população de microrganismos no intestino”, diz a pesquisadora Karina Olbrich.

Os primeiros testes clínicos foram realizados na própria Embrapa Caprinos e Ovinos e em três postos de saúde do município de Sobral (CE), tanto com pacientes diabéticos quanto não diabéticos.

“Indivíduos saudáveis e diabéticos foram submetidos aos testes para verificar se o consumo do sorvete reduzia a glicemia, em comparação com a ingestão de glucose. Os resultados foram positivos, pois os níveis de glicemia após o consumo do sorvete foram menores em ambos os grupos, embora o efeito só tenha sido estatisticamente significativo no grupo saudável”, detalha a pesquisadora da Olbrich.

Segundo a pesquisadora, a formulação do sorvete foi bem-sucedida, pois o produto foi capaz de manter populações elevadas de bifidobactérias durante a estocagem sob congelamento, conforme exige a legislação, e os testes de simulação da digestão indicaram que as bifidobactérias resistiram bem à passagem pelo trato gastrintestinal.

“Além disso, a aceitação sensorial do sorvete foi alta entre diabéticos, nosso público-alvo. O ensaio clínico também forneceu resultados importantes, confirmando o baixo índice e carga glicêmica do sorvete e seu baixo impacto na glicemia após o consumo, que favorece o controle glicêmico para os diabéticos”, diz.

Quando chegam às lojas?

O sucesso dos primeiros testes animou os pesquisadores, que buscam agora parceiros da iniciativa privada para ampliar a validação dos resultados e desenvolver o escalonamento para uma produção industrial.

Ou seja, ainda não há uma perspectiva de quando os sorvetes chegarão às lojas, mas a perspectiva é boa em relação a uma das sobremesas mais adoradas pelos consumidores e que agora pode ser saudável.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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