A Kamy se prepara para entrar no mercado nacional
laticínios
Este ano a empresa castanhalense completa 30 anos e os planos são de atravessar a fronteira estadual para alcançar o mercado nacional. (Patrícia Baía / O Liberal)
O era 2010. O ano do recomeço para o veterinário Marcelo Matos e a técnica em agroindústria Gerciane Silva. O casal tinha a difícil missão de impedir que a empresa de laticínios, Kamy fica localizada na zona rural, cerca de 25 quilômetros do centro de Castanhal e que sempre pertenceu a família de Marcelo fosse a falência.

“Os irmãos do Marcelo abriram mão de tudo e entregaram a empresa para ele cuidar, porém a empresa estava com muitas dívidas. O Marcelo fez um propósito de tirar a empresa do vermelho no período de um ano e depois mudar de ramo”, contou Gerciane Silva.

Durante um ano o casal trabalhou duro para conseguir honrar com todos os compromissos. “Fizemos um voto de pobreza. Viemos morar na casa do vaqueiro e recomeçamos com apenas 60 cabeças de gado e um carro bem velho”, contou a empresária.

O empresário Marcelo conta que conseguiu recuperar a empresa da falência no período proposto.

“Quando eu trabalhava com meu pai as ações não eram tão audaciosas, mas quando eu assumi com a Gerciane fomos muito batalhadores e audaciosos porque a fome era muito grande de salvar a empresa a até os produtores de leite da região que indiretamente dependiam na empresa e queríamos nos colocar no mercado. Então fizemos um sequência de investimentos como a ampliação da fábrica e a compra de máquinas modernas”, explicou.

O outro fator que somou ao crescimento da empresa foi a visão de marketing que Gerciane teve no começo das redes sociais.

“Eu usava o Orkut para fazer vender nossos produtos quando ninguém vendia nele, mas eu usava essa rede para vender. Depois veio o Facebook e eu continuei apostando na marketing que foi alavancado com o Isntagram. Eu fazia tudo sozinha até bem pouco tempo”, disse.

A Kamy foi da quase falência, em 2010, e hoje se prepara para entrar no mercado nacionalA Kamy foi da quase falência, em 2010, e hoje se prepara para entrar no mercado nacional (Patrícia Baía / O Liberal)

A empresa cresceu e com ela o portfólio de produtos fabricados.

“Passamos de 17 produtos para 26 e sempre apostando que poderíamos ter o mesmo padrão das grandes marcas nacionais e foi dessa forma que conquistamos o mercado paraense. Eu sempre penso que vai dar certo todas as vezes que vamos dar um novo passo”, contou a empresária.

E foi com esse pensamento positivo que a empresária apostou em participar de um concurso de uma revista do setor que premia os melhores produtos laticínios do país.

“É a revista Mais Leite que aposta muito no Pará e que há dois anos promove um seminário de negócios da região do MATUPIPA que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Pará. Ano passado eles fizeram um concurso para escolher os melhores laticínios fabricados nessa região e nós fomos os melhores com três tipos de queijo”, contou a empresária.

Em primeiro lugar ficaram os queijo prato e provolone e em segundo um queijo autoral que ainda não foi lançado no mercado.

“Eu não consigo ser negativa e sempre tive a certeza de que nossos produtos são os melhores da região. Desde do começo quando decidimos levantar a empresa eu tinha um sonho de ver os nossos produtos nos melhores supermercados do estado e lado a lado com os produtos nacionais e hoje é uma realidade”, disse Gerciane Silva.

Sonhos maiores

Este ano a empresa castanhalense completa 30 anos e os planos são de atravessar a fronteira estadual para alcançar o mercado nacional.

“É um dos nossos planos para este ano ainda. Para vender fora do estado temos que ter o selo emitido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Ele é exigido para comercializar produtos em todo o território nacional, bem como produtos destinados à exportação. Vamos fazer mais investimentos e trabalhar como sempre trabalhamos para dar mais esse passo importante”, observou Marcelo.

Cadeia leiteira

“Quando a empresa foi criada eu tinha acabado de me formar em veterinária e a gente não tinha como comprar grande quantidade de leite para a fábrica. Então eu oferecia meu trabalho como veterinário aos produtores em troca de leite e dessa forma fomos estreitando os laços. Por isso sempre tive muito respeito pela cadeia leiteira. Hoje estamos ligados a uma cadeia leiteira com quase 80 produtores desse estado e compramos com aquele que tem só 15 litros para vender quando do que vende 5 mil litros”, observou Marcelo.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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