“Quando maior a companhia, mais difícil fica desenvolver seu projeto intraempreendedor, porque eles querem simplificar a ideia, que acaba diluída. Por isso é importante entender a cultura da empresa em que trabalha. Quanto mais conhecer as regras, mais fácil será seguí-las ou contorná-las.”
A recomendação é de Diego Durazzo, diretor de Sustentabilidade da Danone, e que também foi um dos responsáveis pelo fundo de € 100 milhões (cerca de R$ 530 milhões) dedicado a acelerar projetos intraempreendedores na empresa.
Durazzo foi um dos convidados de Heiko Hosomi Spitzeck, diretor do Núcleo de Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral, para uma live sobre Intraempreendedorismo, ESG e Inovação, realizada nesta noite.
Também participou da conversa Michael Hunkeler, responsável pelo programa de intraempreendedorismo da Swisscom, onde validou mais de 600 ideias e criou uma comunidade de 2.500 intraempreendedores. Hoje ele é líder de projetos da consultoria Inno-pact, da qual também é fundador. A live foi promovida pela Fundação Dom Cabral, em parceria com Época NEGÓCIOS.
A pergunta que deu início à discussão foi: como fazer com que os projetos criados por funcionários de uma grande empresa criem valor para o negócio e impacto social ao mesmo tempo? “Não adianta apenas financiar os intraempreendedores e ficar esperando que eles tragam ideias incríveis e receita”, diz Durazzo, da Danone. “É preciso que as empresas delimitem desde o início quais são os limites, e quais serão os indicadores de sucesso dos projetos.”
Para Hunkeler, da Inno-Pact, a empresa deve deixar os funcionários livres para criar seus projetos de maneira autossuficiente. “Eles devem sentir que estão no controle. Qualquer empregado deve ser capaz de ter uma ideia a qualquer momento, desenvolver o projeto e testar, sem pedir autorização pra ninguém. Se der certo, a empresa apoia.”
Ajuda aos intraempreendedores
Em sua experiência à frente do intraempreendedorismo na Swiss.com, Hunkeler conviveu lado a lado com os intraempreendedores e suas dificuldades. “Eu sempre dizia a eles: foque na jornada. Identifique o que quer mudar, aquilo em que acredita fortemente. E saiba que já está no caminho certo, porque sabe onde quer chegar, e esse desafio é um lugar bom. Celebre cada conquista ao longo do caminho e siga em frente, sempre de maneira estratégica.”
É importante ter consciência, porém, de que se trata de um desafio complexo, cheio de obstáculos no caminho. “Você precisa entender o tipo de jogo que está jogando, e o que está disposto a fazer para conseguir os resultados”, diz Durazzo. “Para chegar lá, é fundamental entender como o seu projeto se alinha com os objetvios da companhia. E, se possível, reunir a mais gente com ideias semelhantes.”
Para o ex-executivo da Danone, criar esse network interno é fundamental para que o projeto deslanche. “Outro passo importante é se desapegar da ideia e conseguir enxergá-la de fora. Daí será mais fácil entender porque está recebendo apoio – ou não.”
Em relação aos projetos de impacto, é fundamental prestar atenção a indicadores. “Há alguns medidores importantes”, diz Durazzo. “Quantas pessoas vão ser beneficiadas? Além de aumentar a renda, de que maneiras o projeto vai ajudar a comunidade?
Irá equipar ou trazer conhecimento técnico, para garantir algum tipo de continuidade?” Segundo Hunkerler, a maioria dos projetos intraempreendedores está ligado à sustentabilidade. O importante é que recebam surporte. “Nós ajudamos a moldar a história, a criar algo incrível e que esteja plenamente alinhado com a companhia.”
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