O whey protein já faz parte do vocabulário de atletas, marombeiros e frequentadores assíduos de academia — mas, segundo especialistas, os benefícios do suplemento vão muito além do universo esportivo. Em entrevistas recentes e em estudos citados pelo médico angiologista Herik Oliveira, o produto mostra impacto positivo também em pessoas que não têm rotina de exercícios, atuando no fortalecimento muscular, na imunidade, nos ossos e até na gestão do peso.
Oliveira explica que o whey protein é produzido a partir do soro do leite e reúne aminoácidos essenciais que o corpo não fabrica sozinho. Entre eles estão a leucina, a isoleucina e a valina, três componentes fundamentais para a síntese de proteínas musculares. Isso significa que, mesmo sem treino, o organismo se beneficia da matéria-prima extra para preservar tecidos, recuperar fibras e evitar a perda muscular natural do envelhecimento.
De acordo com o especialista, a perda progressiva de massa magra começa mais cedo do que muita gente imagina e pode se acelerar após os 40 anos. Nesse cenário, quem não pratica atividade física regularmente fica ainda mais vulnerável. “O suplemento, quando usado com orientação profissional, ajuda a amenizar esse processo e oferece suporte para funções essenciais do corpo”, afirma.
Essa proteção muscular vem acompanhada de outro efeito valioso: a saciedade. O whey protein tem digestão relativamente rápida, mas alto poder de reduzir a fome em curto prazo. Para quem tenta controlar a ingestão diária de calorias — ou simplesmente deseja evitar beliscar a toda hora — a estratégia pode render bons resultados. Segundo Oliveira, isso acontece porque proteínas modulam hormônios que sinalizam satisfação ao cérebro, o que ajuda a regular o apetite ao longo do dia.
Outro destaque do produto é sua contribuição para a saúde óssea. O suplemento possui cálcio e aminoácidos essenciais que participam da formação e da preservação da densidade dos ossos. Em momentos de maior fragilidade, como menopausa, dietas restritivas ou envelhecimento avançado, essa ajuda extra pode fazer diferença. Além disso, há evidências de que proteínas de alta qualidade favorecem a absorção de minerais responsáveis pela dureza óssea.
No campo cardiovascular, o whey protein também ganha pontos. Estudos apontam que o consumo adequado pode colaborar no controle da pressão arterial. A explicação, segundo o especialista, está nos peptídeos bioativos presentes no suplemento, capazes de gerar leve efeito vasodilatador. “Isso não substitui tratamento de hipertensão nem dispensa acompanhamento médico, mas pode ser um aliado dentro de uma rotina equilibrada”, destaca Oliveira.
A imunidade é outro tema que chama atenção. O whey traz imunoglobulinas — proteínas naturalmente ligadas ao sistema imune. Nas palavras do angiologista, elas funcionam como pequenos soldados, auxiliando o organismo na defesa contra microrganismos. Em períodos de maior vulnerabilidade, como noites mal dormidas, estresse alto e alimentação irregular, esse reforço se torna ainda mais importante.
Entretanto, o especialista reforça que a suplementação não deve ser iniciada sem análise individual. Existem três tipos principais de whey: concentrado, isolado e hidrolisado. Eles variam no teor de proteínas, na velocidade de absorção e na quantidade de lactose. Pessoas com intolerância ou sensibilidade, por exemplo, podem se beneficiar mais das versões isolada ou hidrolisada, que costumam ser mais leves para a digestão.
Mesmo para quem não treina, a escolha do tipo ideal depende de fatores como idade, peso, metas de saúde e alimentação habitual. Para muitos, ajustar primeiro a dieta pode ser suficiente. Para outros, o suplemento ajuda a completar a meta proteica do dia — especialmente quando há baixa ingestão de carnes, ovos, leguminosas e laticínios. “O importante é garantir que o corpo receba proteínas de qualidade regularmente”, resume Oliveira.
Embora o whey protein não seja um “pó mágico”, o conjunto de evidências e relatos profissionais mostra que seu papel vai além do que se imaginava há poucos anos. Ele é uma ferramenta prática, acessível e versátil para quem busca proteger músculos, fortalecer ossos, manter imunidade em dia e controlar o peso — com ou sem academia. E, para uma grande parcela da população que leva rotina corrida ou passa longe de treinos intensos, isso já é uma boa notícia.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Metropoles






