Com 107,6 milhões de litros produzidos em 2023, Morada Nova é a segunda cidade que mais produz no Nordeste e a décima primeira no País, segundo IBGE.
Estado produz cerca de 1 bilhão de litros de leite, conforme Anuário do Leite 2024
Estado produz cerca de 1 bilhão de litros de leite, conforme Anuário do Leite 2024.

Conhecido nacionalmente pela produção artesanal de queijos, o município de Morada Nova, no Ceará, também é destaque quando o assunto é produção de leite. De acordo com dados da Pesquisa da Pecuária Municipal divulgada na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade foi responsável pela produção de 107,6 milhões de litros de leite em 2023.

O volume coloca Morada Nova como a segunda maior cidade produtora do Nordeste, atrás apenas de Poço Redondo, em Sergipe (109,8 milhões de litros), e a décima primeira no País.

 

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Hoje, o Ceará produz 1,13 bilhão de litros de leite, mas há abertura para aumento da produção, podendo o Estado chegar a 2 bilhões de litros por ano até 2027, avalia o primeiro vice-presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Ceará (Sindilaticínios-CE), Nelson Prado Filho.

Veja o ranking das cidades com a maior produção de leite do Ceará

  1. Morada Nova: 107,6 milhões
  2. Quixeramobim: 73,2 milhões
  3. Iguatu: 51,1 milhões
  4. Acopiara: 40,1 milhões
  5. Jaguaretama: 38,6 milhões
  6. Jaguaribe: 38,4 milhões
  7. Milhã: 33,7 milhões
  8. Limoeiro do Norte: 29,3 milhões
  9. Quixelô: 27,6 milhões
  10. Solonópole: 26,2 milhões

 

A perspectiva se baseia no fato de que o Ceará, apesar de ter um município entre os maiores produtores de leite do País, ter um mercado consumidor ainda dependente de laticínios de outros estados. “Temos condições de fazer isso, mas é preciso investir e qualificar para que haja concorrência no setor industrial”, pontua.

Para ele, há outras cidades com potencial para ampliação da produção leiteira, contribuindo para que o Ceará alcance o patamar de 2 bilhões de litros diariamente. “Quixeramobim, Milhã, com certeza”, exemplifica o primeiro vice-presidente do Sindilaticínios-CE.

Dos estados, o Ceará é o 10º maior produtor de leite, segundo o IBGE, mas importa leite e laticínios de outros estados. Metade do leite consumido em Fortaleza, por exemplo, não é produzido no Ceará, segundo o Sindilaticínios.

Regularização de laticínios

Ele lembra que, atualmente, há mais de dois mil laticínios cearenses, mas a maior parte não possui as devidas licenças. “A regularização vai fazer com que o mercado se abra, saindo um pouco da clandestinidade. Existe um universo muito positivo de novos mercados, de supermercados e também restaurantes, como pizzarias que demandam muito o queijo muçarela”, avalia Prado.

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A análise é a mesma feita por Amílcar Silveira, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec). Segundo ele, a ausência de uma política de regularização de laticínios cearenses faz com que os consumidores busquem outros mercados, em geral, de maior valor agregado: “Nossa demanda é tentar regularizar novos laticínios no Ceará”, pondera.

 

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Legenda: Cadeia de laticínios cearense não tem fiscalização agropecuária, diz Amílcar Silveira
Foto: Fabiane de Paula

 

“Temos muitos laticínios aqui que não têm inspeção sanitária, que não conseguem ingressar em mercados consumidores. Esse mercado consumidor, por vez, compra em outro mercado, como o de queijos finos”, completa Amílcar.

Concorrência com o mercado nacional

Mesmo com uma “mercadoria mais barata” em relação ao Sudeste e com altas sucessivas na produção de leite, como explica o presidente da Faec, somente metade do que é consumido do alimento no Ceará é produzido no Estado.

Para Amílcar Silveira, a grande questão está como esse leite é utilizado no território cearense. Boa parte do alimento é processado e transformado em leite em pó, e o Ceará tem apenas uma empresa local capaz de fazer essa produção, ainda bem abaixo da demanda do mercado consumidor.

 

Temos um negócio que nos é caro e não temos: capacidade produtiva para beneficiar leite. A gente importa muito leite de outros estados, em sua grande maioria, em pó. Só tem a Betânia no Ceará que beneficia algo em torno de 160 mil litros de leite por dia, e a nossa demanda é muito maior do que essa. Para ter uma ideia, a Itambé coloca 10 milhões de litros de leite por mês no Ceará. Existe uma demanda muito grande de leite em pó, e não temos capacidade produtiva.
Amílcar Silveira

Presidente da Faec

 

 

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Legenda: Para o Centro de Inteligência da Embrapa Leite, o ano de 2024 é fonte de preocupação para produtores e industriais
Foto: Fabiane de Paula / Diário do Nordeste

 

Uma das saídas encontradas foi o melhoramento genético das vacas-leiteiras, que tem o processo de avançar de gerações acelerado buscando fornecer mais leite. Amílcar conta que, em parceria com o Sebrae, a Faec disponibiliza anualmente 2 mil animais para produtores agropecuários do Estado.

“Uma bezerra dessas que nascem in vitro tem um avanço de sete gerações. Nossa ideia é que daqui a uns quatro, cinco anos, a gente acrescente até 400 mil litros de leite só com essas vacas”, projeta.

 

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