Cada vez mais vemos versões orgânicas de leite, queijos e iogurtes, geralmente com preços mais altos em relação aos convencionais.
Será que os lácteos orgânicos realmente são melhores?
Será que os lácteos orgânicos realmente são melhores?

Com a crescente oferta de produtos lácteos nos supermercados, cada vez mais vemos versões orgânicas de leite, queijos e iogurtes, geralmente com preços mais altos em relação aos convencionais. Surge a pergunta: será que os lácteos orgânicos realmente são melhores? Vale a pena pagar mais por eles?

Se o custo dos produtos orgânicos pesa no seu orçamento, fique tranquilo: especialistas garantem que, do ponto de vista nutricional, as diferenças entre lácteos orgânicos e convencionais não são tão significativas. Então, o que torna os lácteos orgânicos mais caros?

 

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A produção orgânica envolve regulamentações rigorosas, tanto nos Estados Unidos quanto em países da América Latina, que exigem que as vacas sejam alimentadas com pastagens livres de pesticidas e fertilizantes sintéticos. Elas também não podem receber antibióticos ou hormônios de crescimento e precisam ter acesso ao ar livre. Essas, e otras normas aumentam os custos, pois demandam maior cuidado com o rebanho e um ambiente “limpo” que requer mais mão-de-obra e recursos.

“Um produtor orgânico que evita antibióticos pode enfrentar mais desafios para manter a saúde do rebanho, o que eleva as despesas veterinárias e de manutenção”, explica o veterinário Javier Pineda, especialista em produção leiteira.

Lácteos orgânicos oferecem mais nutrientes?

Na composição nutricional, as diferenças em termos de proteínas, gorduras e carboidratos entre lácteos orgânicos e convencionais são inexistentes, de acordo com estudos como os da Dra. Claudia Rosales, nutricionista da Universidade de Madri. “O cálcio e as proteínas estão presentes em ambos de forma semelhante”, destaca Rosales.

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Algumas pesquisas, no entanto, apontam pequenas diferenças em micronutrientes. A alimentação baseada em pastagem das vacas orgânicas pode resultar em um leve aumento nos níveis de ácidos graxos ômega-3, além de maior concentração de antioxidantes em alguns produtos, como o iogurte. Mas esses benefícios são sutis e ainda não há provas de que causem um impacto significativo na saúde a longo prazo.

Consumir lácteos, orgânicos ou não, é essencial para a saúde óssea e para a prevenção de doenças como a osteoporose, graças ao seu conteúdo de cálcio e vitamina D. Porém, não há evidências robustas de que os lácteos orgânicos oferecem maior proteção contra doenças crônicas como diabetes ou problemas cardíacos.

Estudos, como um realizado na França em 2018, dizem que consumidores frequentes de orgânicos podem ter menor risco de desenvolver câncer. No entanto, os pesquisadores alertam que outros fatores, como uma dieta equilibrada e o estilo de vida, influenciam esses resultados, não apenas o consumo de orgânicos.

Muitos optam pelos lácteos orgânicos para reduzir a exposição a pesticidas e antibióticos. Apesar de os produtos convencionais serem regulamentados para conter níveis mínimos desses resíduos, algumas pessoas preferem evitar qualquer exposição adicional, especialmente em crianças e indivíduos com sistemas imunológicos mais frágeis.

Os lácteos orgânicos também são valorizados pelo impacto ambiental positivo e pelo bem-estar animal. No entanto, para a maioria dos especialistas, o mais importante é incluir lácteos como parte de uma dieta equilibrada, orgânicos ou não.

 

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Então, para uma dieta saudável, orgânicos ou convencionais, o essencial é garantir a presença dos lácteos, que fornecem nutrientes fundamentais como cálcio e proteínas. Como ressalta o nutricionista Diego Velázquez: “No fim do dia, o mais importante é consumir alimentos frescos e não processados, sem obsessão pelas etiquetas. Tanto os lácteos orgânicos quanto os convencionais podem integrar uma alimentação saudável.”

 

Valéria Hamann

EDAIRYNEWS

ESG é mais do que uma sigla, é um propósito para o negócio’, diz CEO da Alibra Ingredientes.

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