A produção de leite deve crescer 6% neste ano, para até 36 bilhões de litros, em função da demanda de um mercado interno sustentado por melhorias no mercado de trabalho, projeta a Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite).
“O consumo aparente neste ano deverá atingir cerca de 186 litros por habitante [transformando todos os lácteos em litros de leite], que corresponde a uma alta de dois litros por habitante em relação a 2023”, diz Geraldo Borges, presidente da entidade.
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Aumento do rebanho e da produtividade, a partir de investimentos em tecnologia, contribuirão para esse desempenho, na avaliação da Unium, cooperativa resultante da fusão entre a Frísia, a Castrolanda e a Capal. “Trata-se de um percentual de crescimento histórico de produção de leite de nossos associados”, diz Rogerio Marcus Wolf, coordenador comercial da Unium, que também prevê expansão de 6%.
A cooperativa passou a marca de 1 bilhão de litros de leite captados em 2023, e neste ano já está processando 3,5 milhões de litros por dia.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP, o preço pago pelo litro do leite para o produtor teve alta real de 3,3% em setembro, para R$ 2,87, e de 36,4% no acumulado do ano. Apesar do alívio para o setor, a média de 2024 (R$ 2,58/litro) ainda é 4,7% inferior à do mesmo período de 2023.
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“Esses aumentos trouxeram uma leve recuperação para os produtores, que tiveram períodos muito difíceis”, pontua Borges. Segundo ele, muitos não conseguiram se manter na atividade, tanto em função de preço quanto por falta de assistência técnica, produtividade, mão de obra e até de sucessão familiar.
“Dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural, do Rio Grande do Sul, mostram uma queda de 60% no número de produtores entre 2015 e 2023”, aponta o presidente da Abraleite.
Apesar das projeções de alta para o setor, a Aurora Coop – que reúne ao menos 100 mil famílias -, deve registrar neste ano um recuo de 4% na captação de leite e de 16% na produção de derivados. “Já para o próximo ano, estamos com uma projeção de captação 4% maior em relação ao que foi neste ano”, afirma o diretor Marcos Luiz Cortina.