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18 dez 2024
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Fundada em 1999, a empresa foi pioneira em alimentos como queijos e iogurtes zero lactose e, assim, virou uma love brand. Comprada pela Coca-Cola em 2016, viu a concorrência aumentar. Revendida ao grupo suíço Emmi neste ano, laticínio aposta em novas linhas de produtos com pegada saudável.
Fábio Ferreira, CEO da Verde Campo: "Queremos recuperar nosso protagonismo no mercado de saudabilidade" (Divulgação/Divulgação)
Fábio Ferreira, CEO da Verde Campo: "Queremos recuperar nosso protagonismo no mercado de saudabilidade" (Divulgação/Divulgação)

O laticínio mineiro Verde Campo, conhecido pelos seus produtos lácteos saudáveis, passou por uma reviravolta nos últimos anos.

Fundada em 1999, em Lavras, Minas Gerais, a empresa ganhou destaque no mercado de laticínios por inovar com produtos como o Lacfree, o primeiro queijo zero lactose do Brasil, em 2011, e uma linha de shakes proteicos chamada Natural Whey anos mais tarde.

Os produtos com pegada saudável fizeram da marca uma queridinha de um amplo espectro de consumidores com preocupação com o próprio corpo, de atletas de fim de semana a marombeiros raiz. Em supermercados chiques de Rio e São Paulo, a marca era estrela das gôndolas — e tinha status de uma love brand.

Do sonho local à venda para a Coca-Cola

A história da Verde Campo começa em 1968, quando Antônio Alberto de Carvalho, conhecido como “Seu Totonho”, iniciou a produção de queijos de qualidade em Ijaci, na região de Lavras, no sul de Minas Gerais, sob o nome Cobocó.

 

Empresas Lácteas Verde Campo tem novo CEO

 

A boa aceitação dos produtos levou Alessandro Rios, filho de Carvalho, e o sócio Álvaro Gazola, a abrir a Verde Campo em 1999. Inicialmente o negócio era uma consultoria de novas tecnologias em alimentos. No mesmo ano, a primeira fábrica da empresa foi aberta.

Em 2016, a Leão Alimentos, uma subsidiária da Coca-Cola, comprou a Verde Campo. Após o negócio, cujos valores não foram revelados na época, a Verde Campo teve acesso a uma rede de distribuição ampla da gigante de bebidas.

Ao mesmo tempo, enfrentou desafios de integração. Os negócios da Coca-Cola, focados em sucos, refrigerantes, água mineral, entre outros, e os da Verde Campo, concentrados em laticínios, nem sempre conversavam entre si.

No meio disso tudo, o pioneirismo da Verde Campo em categorias como o de shakes proteicos chamou a atenção do mercado.

 

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Concorrentes de peso, como o YoPro, da Danone, ganharam destaque nas gôndolas de farmácias e supermercados.

A chegada do Emmi e a volta dos fundadores

Em abril de 2024, a Coca-Cola vendeu a Verde Campo para o grupo suíço Emmi, um dos líderes globais em laticínios premium com faturamento global de cerca de 4,8 bilhões de dólares no ano passado.

A empresa suíça iniciou a expansão no Brasil em 2017, ao adquirir uma participação na Laticínios Porto Alegre, cuja sede fica em Ponte Nova, também em Minas Gerais.

A Emmi adquiriu 70% da Verde Campo. Os outros 30% estão nas mãos dos fundadores originais, hoje no conselho de administração da empresa.

O cargo de CEO da Verde Campo ficou nas mãos do administrador de empresas Fábio Ferreira, executivo com 24 anos de experiência no mercado de alimentos e uma pegada empreendedora.

Ferreira iniciou sua carreira em empresas como Jeito Caseiro, Bimbo, Perfetti Van Melle e Nestlé. Antes de assumir a Verde Campo, era diretor da unidade de negócios Nordeste da Marilan Alimentos num momento em que a empresa, de Marília, no interior paulista, investiu 220 milhões de reais numa fábrica na região.

 

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A cadeira na Verde Campo é a primeira experiência como CEO. Entre os principais desafios de Ferreira está resgatar a cultura de inovação da empresa e aproveitar as sinergias com o grupo Emmi e a Laticínios Porto Alegre.

Kefir e sobremesa com pouca gordura

Em seu primeiro ano, a meta é aumentar o faturamento da Verde Campo com novos produtos e um reforço na distribuição dos produtos.

“Queremos recuperar nosso protagonismo no mercado de saudabilidade, e para isso vamos aumentar nosso portfólio, focar na inovação e estreitar nosso relacionamento com consumidores e distribuidores”, diz Ferreira.

Em 2024, a empresa espera aumentar em 20% o faturamento registrado no ano passado, de 423 milhões de reais.

Entre os destaques de 2024 está o Kefir Lacfree, voltado a quem faz dietas com restrição de lactose. Além disso, a linha Natural Whey, de novos iogurtes proteicos, ganhou versões ‘colheráveis’, com uma consistência superior ao dos iogurtes vendidos até agora, engarrafados de modo ao consumidor beber no gargalo.

 

Productos inovadores Verde Campo expande a linha Natural Whey no segmento lácteo

 

Uma nova linha de sobremesas lácteas com sabores como frutas vermelhas e banana, e níveis baixíssimos de gorduras uma vez que não levam açúcar na composição, também esteve entre as novidades.

“A ideia é reforçar o posicionamento no mercado de alimentos funcionais, com um foco claro em produtos sem aditivos artificiais e com ingredientes naturais”, diz Ferreira.

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Lançamento de sobremesa láctea da Verde Campo: “A ideia é reforçar o posicionamento no mercado de alimentos funcionais”, diz CEO Fábio Ferreira (Divulgação/Divulgação)

Como preservar a essência

Um ponto importante na história da Verde Campo é a preocupação da empresa em fazer alimentos do jeito mais simples possível. Não há corantes, conservantes ou adoçantes artificiais em seus produtos.

“O leite é fresco e vem de fazendas certificadas, principalmente da região de Minas Gerais, o que garante um controle maior sobre a qualidade do leite utilizado na produção”, diz Ferreira.

 

Laticínio Verde Campo quer dobrar presença no País em 2021

 

Agora, a meta é ampliar a linha de produtos sem perder a essência. “Nossos produtos atendem ao público que busca saúde, mas sem abrir mão do sabor. Temos desde iogurtes e kefir até sobremesas e lanches saudáveis. A ideia é ter opções para todos os momentos do dia a dia”, afirma o CEO.

Ferreira mira uma expansão através de novos canais de distribuição, como farmácias, lojas de conveniência e supermercados. Além disso, quer ampliar a presença em redes sociais e investir em parcerias com nutricionistas para promover seus produtos.

A meta é dobrar de tamanho nos próximos quatro anos. “O mercado de alimentos saudáveis está em alta, e queremos ser uma das principais marcas desse nicho”, diz Ferreira. “Para isso, precisamos ser rápidos e estar atentos ao que o consumidor deseja.”

 

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