ESPMEXENGBRAIND
14 jun 2025
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Exportações de leite recuam em abril, mas acumulado do ano é positivo. Importações em queda impulsionam saldo comercial.
Leite goiano ganha fôlego: balança comercial reage e produtividade dá salto histórico
Leite goiano ganha fôlego: balança comercial reage e produtividade dá salto histórico

A cadeia produtiva do leite em Goiás vive um momento de contrastes: enquanto os produtores enfrentam desafios com a rentabilidade, a produtividade das vacas atinge patamares recordes e a balança comercial começa a reagir, apoiada na forte redução das importações de lácteos.

Segundo o boletim Agro em Dados de junho de 2025, publicado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa-GO), o estado alcançou em 2023 uma produtividade média de 1.835,6 litros/vaca/ano, o que representa um crescimento de 40% em relação a 2016.

O avanço é atribuído ao investimento em genética, manejo nutricional, bem-estar animal e modernização das estruturas de produção, o que coloca Goiás entre os líderes em eficiência produtiva na região Centro-Oeste.

Desempenho externo: exportações caem em abril, mas acumulado do ano ainda é positivo

O setor exportador sentiu o impacto de uma retração pontual. Em abril de 2025, as exportações goianas de lácteos caíram 70% em volume em comparação com março.

Ainda assim, na comparação anual, o estado exportou 18,9% a mais do que em abril de 2024, com destaque para queijos e creme de leite, que têm apresentado crescente aceitação no mercado internacional, especialmente no Chile, Bolívia e Arábia Saudita, segundo dados do ComexStat.

A queda de abril está alinhada à tendência global registrada no 380º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado em 20 de maio, onde o volume de negociação marcou o menor nível em 12 anos, refletindo uma demanda internacional mais retraída e ajustes na oferta mundial.

Importações desabam: leite em pó em baixa sustenta balança comercial

Do lado das importações, o cenário é ainda mais favorável para Goiás. O estado reduziu significativamente suas compras de produtos lácteos de fevereiro a abril de 2025.

O recuo mais expressivo foi nas importações de leite em pó, com queda de 92,3%, refletindo o realinhamento dos estoques internos e maior competitividade da produção local.

Em abril, o único produto importado foi o soro de leite, geralmente destinado à indústria alimentícia e nutricional.

Com isso, o volume total importado caiu 66,7% em relação a março, contribuindo diretamente para um saldo comercial mais robusto e menos dependente de produtos estrangeiros, especialmente da Argentina e Uruguai, principais fornecedores até o início do ano.

Poder de compra do produtor ainda preocupa

Apesar dos bons números na produtividade e na balança comercial, a rentabilidade do produtor segue pressionada.

A relação leite/mistura — indicador que mede o poder de compra frente à ração — apresentou melhora em março de 2025, após uma queda em fevereiro, superando inclusive o índice do mesmo mês de 2024. Ainda assim, foram necessários 34,5 litros de leite para adquirir 60 kg de mistura, segundo a Embrapa.

Além disso, o preço pago ao produtor pelo litro de leite sofreu queda em abril, o que adiciona mais um elemento de preocupação no curto prazo, especialmente diante dos custos elevados de insumos e energia.

Goiás se firma como polo produtivo competitivo

Mesmo com os desafios, Goiás consolida sua posição como referência nacional na produção de leite, presente em todos os seus 246 municípios, conforme o IBGE.

O cenário de produtividade crescente, aliado à diminuição das importações e à retomada progressiva das exportações, sugere que o estado tem margem para crescer com mais sustentabilidade nos próximos meses.

Se o setor mantiver o foco em eficiência, inovação e abertura de novos mercados, o leite goiano pode se tornar ainda mais competitivo no cenário nacional e internacional, fortalecendo a economia regional e garantindo mais previsibilidade ao produtor.

 

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Agrolink

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