A Danone está ampliando seu portfólio na Espanha.
A multinacional de alimentos entra na categoria de nutrição infantil desde o nascimento até os três anos de idade, com a marca Blédina — já presente em cerca de 20 mercados —, que passa a ser comercializada no país como parte de uma estratégia para impulsionar o crescimento da companhia.
“Quando nos perguntamos como reforçar nossa presença e liderança na Espanha, esse foi um passo lógico”, explica François Lacombe, diretor-geral da Danone Iberia, em entrevista ao jornal.
Apesar de Blédina ter 140 anos de história e presença em mercados consolidados como França, Itália e Portugal, a empresa vê agora uma oportunidade de ouro na Espanha. “Talvez antes tivéssemos outras prioridades”, admite Lacombe, que enxerga grande potencial no segmento.
“Vemos aqui uma oportunidade real, porque acreditamos que trazemos inovação para a categoria e isso está alinhado com o que os pais buscam em 2025.”
A Danone distribuirá Blédina em supermercados, hipermercados e canais de e-commerce. Lacombe não considera especialmente delicada a relação com os grandes varejistas alimentares, apesar do avanço das marcas próprias nos últimos anos, que representaram uma concorrência significativa para marcas tradicionais como a Danone.
“Nosso papel é liderar e trazer soluções para o varejo e o consumidor. Lançamos 50 inovações por ano na Espanha, e os resultados dos últimos anos têm sido muito positivos”, explica o executivo.
Lacombe não descarta a entrada de novas marcas no mercado espanhol, desde que cumpram três critérios: “Devem estar alinhadas à nossa missão, ter um componente de inovação e ciência, e conectar com o consumidor. Estamos sempre em busca de oportunidades”, acrescenta.
Dentro dessa lógica, insere-se a introdução contínua de produtos como skyr, kefir, Yopro e Alpro. “Analisamos cuidadosamente o interesse do consumidor, que varia muito de país para país. Por isso, nenhum lançamento pode ser um simples ‘copiar e colar’.”
A Danone acumulou dois anos consecutivos de crescimento em vendas na Espanha, em 2022 e 2023, impulsionada pela inflação elevada, após vários anos de queda. Em 2023, o faturamento chegou perto dos 900 milhões de euros — o maior valor desde 2015.
Embora Lacombe não revele os números da filial espanhola em 2024, fala em uma “lógica de crescimento”, com foco na expansão de volume para contrabalançar o avanço das marcas próprias, que representam até 70% do mercado em categorias como iogurtes.
“Estamos crescendo em volume, penetração e receita nos últimos trimestres… E acredito que isso é só o começo”, afirma o executivo, demonstrando otimismo com o futuro. “Quando vejo os resultados e nossa penetração em algumas categorias, percebo que estamos vivendo um momento muito favorável na Danone.
Nossas quatro divisões — consumo diário, águas, produtos de origem vegetal e nutrição especializada (que agora inclui Blédina) — estão crescendo acima do mercado. Se conseguirmos capitalizar isso, temos muitas possibilidades de crescimento e confiança no futuro.”
Além dos novos lançamentos, Lacombe quer maximizar o desempenho das marcas já consolidadas. “Danacol era voltada apenas ao público masculino. Desde que passamos a direcioná-la também para o público feminino, ela passou a crescer entre 20% e 30%”, conclui.