Os queijos artesanais do Espírito Santo ganharam projeção nacional ao conquistarem importantes premiações na 8ª edição do Prêmio Queijo Brasil, realizada no último dia 10 de julho em Blumenau (SC).
Com mais de 2.200 produtos avaliados de 20 estados brasileiros, o evento é considerado um dos mais relevantes para o setor de laticínios artesanais no país.
Três queijarias capixabas foram destaque absoluto, recebendo medalhas de ouro por atingirem notas superiores a 95 pontos (em uma escala de 0 a 100) na avaliação técnica.
Os premiados foram o Boursin Erve de Provence, da Queijaria Pedrazul (Domingos Martins); o Queijo Morbier, da Vila Veneto (João Neiva); e o Queijo Minas Meia Cura Calvi, da Calvi Laticínios (Cachoeiro de Itapemirim).
Além das medalhas de ouro, outras conquistas reforçaram o protagonismo do Espírito Santo na produção de queijos finos. A Queijaria Pedrazul levou medalhas de prata com os queijos Boursin Lemon e Boursin Alecrim, enquanto a Vila Veneto foi reconhecida com medalhas pelo Queijo Asiago e pelo seu doce de leite.
Outros produtores também subiram ao pódio. O Sítio Hollunder, de Marechal Floriano, conquistou medalhas de prata e bronze, e a Queijaria Giacomin, de João Neiva, levou uma de prata e duas de bronze — um reconhecimento à diversidade e à excelência da produção local.
Tradição, qualidade e incentivo público
Para o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli, os resultados são um reflexo da dedicação e da identidade do produtor capixaba. “Essas premiações são motivo de orgulho para todo o Espírito Santo.
Mostram que nossos produtores têm excelência, criatividade e tradição, conquistando consumidores em todo o Brasil”, afirmou o secretário, reforçando o compromisso do governo estadual com o setor.
As queijarias artesanais representam atualmente mais de 40% das agroindústrias familiares do estado. Segundo dados do IBGE (2017), existem cerca de 1.763 estabelecimentos dedicados à produção de queijos no Espírito Santo, consolidando-se como um importante ativo econômico, cultural e turístico.
Mapeamento e valorização da cadeia
Para fortalecer ainda mais o segmento, o Governo do Estado iniciou em 2025 um projeto inédito de mapeamento e valorização dos queijos artesanais capixabas, com financiamento do programa Inovagro.
A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Agricultura e conta com apoio de instituições como o Incaper, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e a Epamig, de Minas Gerais.
A pesquisa visa identificar e caracterizar os diferentes tipos de queijo produzidos no estado, promover a regularização sanitária, melhorar processos produtivos e ampliar o acesso a novos mercados.
Uma das metas é impulsionar o turismo rural e gastronômico por meio da Rota do Queijo Artesanal, já em expansão nas regiões de João Neiva, Montanhas Capixabas e Caparaó.
Essa valorização técnica e cultural da produção artesanal vem permitindo que os queijos capixabas avancem em qualidade e competitividade, com produtos alinhados às exigências dos consumidores e do mercado.
Com iniciativas como essa, o Espírito Santo consolida sua posição como um dos principais polos da queijaria artesanal brasileira — onde tradição, inovação e sabor caminham lado a lado.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Notícia
