Por Caio Monteiro
Os custos de produção da pecuária leiteira permaneceram praticamente estáveis no primeiro mês de 2019, segundo levantamento de custos de produção do projeto Campo Futuro, uma parceria do Cepea com a CNA.
O Custo Operacional Efetivo (COE), que considera os desembolsos correntes das propriedades, registrou leve alta de 0,11% entre dezembro e janeiro na “média Brasil”, composta pelos estados da BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP.
Dentre os principais estados produtores, o que apresentou a elevação mais expressiva nos custos em janeiro foi Goiás, com valorização de 2,24% no COE. O aumento esteve atrelado principalmente às elevações de 2,67% do concentrado e de 1,85% nos medicamentos antibióticos.
Já Santa Catarina foi o único estado que registrou queda nos custos de produção: no mesmo período, o COE regrediu 0,64%, influenciado por pequenos recuos na suplementação mineral e no concentrado.
Este início de ano está mais tranquilo para o caixa dos produtores de leite em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo com a queda de preços, os valores não chegaram a patamares que inviabilizam a atividade no campo.
O receio de desvalorizações mais severas do leite pago ao produtor limitou os investimentos e reduziu a disponibilidade do produto. Os custos também estão exercendo menor pressão no caixa neste início de ano em relação ao ano passado, quando a “média Brasil” do COE apresentou elevação de 1%.
MÃO DE OBRA – Neste início de ano, o reajuste do salário mínimo foi de 4,61%, passando para R$ 998 nos estados que adotam o piso federal. São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul têm salário mínimo regional, e o reajuste é previsto para março. Os custos com a mão de obra nas propriedades de produção leiteira chegam a representar de 15% a 20% do COE.
Dados do projeto Campo Futuro mostram que a maioria das regiões de produção não atinge a eficiência considerada adequada, de 300 litros de leite por dia para cada funcionário contratado.