Os preços do milho no mercado interno tiveram forte alta no acumulado de maio. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o valor médio do cereal em Campinas (SP) subiu 15,4%, ou R$ 4,99, e fechou o mês a R$ 37,98, contra R$ 32,99 no início de maio.
A consultoria Informa Economics FNP comenta em relatório que essa subida dos preços vem da retração de vendedores, que estão atentos ao atual maior ritmo das exportações e também à possibilidade de que as vendas externas sigam aquecidas nos próximos meses.
“As incertezas quanto à produção norte-americana aumentam o interesse de compradores internacionais pelo milho brasileiro, num momento onde tanto o comportamento cambial como os elevados preços internacionais favorecem a paridade brasileira”, diz a empresa.
Com ritmo de negócios para exportação aquecidos, os preços na região dos portos acumularam altas significativas, movimento que, consequentemente, acabou sendo repassado em partes ao mercado interno.
Ainda do lado comprador, muitos agentes internos, desabastecidos, efetivaram negócios envolvendo pequenos lotes e precisaram aumentar os valores para conseguir fechar novos negócios envolvendo volumes maiores.
“O fato é que o mercado doméstico limitava suas compras à espera de uma maior entrada de oferta do produto frente a perspectiva de safra recorde. Porém, não esperava uma tamanha adversidade climática ameaçando a produção de milho nos Estados Unidos”, diz a consultoria.
Bolsa de Chicago
Já na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), o contrato de julho acumulou alta de 17,8% em maio, a maior alta mensal desde junho de 2015. Isso porque o clima nos Estados Unidos causou o maior atraso no no plantio norte-americano da história.
Além disso, a umidade excessiva deve reduzir a qualidade das lavouras já semeadas ao mesmo tempo que o avanço do plantio para fora da janela ideal pode elevar os riscos de quedas nos rendimentos.