Pouco mais de quatro meses após entrarem em vigor no país, as instruções normativas (INs) que tratam da produção, conservação e recepção de leite nas indústrias provocam efeitos no campo.

 Pouco mais de quatro meses após entrarem em vigor no país, as instruções normativas (INs) que tratam da produção, conservação e recepção de leite nas indústrias provocam efeitos no campo. Segundo Milene Cristine Cé, auditora fiscal federal agropecuária do Ministério da Agricultura no Estado, são percebidas melhorias em relação à qualidade do produto que chega às indústrias.

A principal mudança trazida pelas INs é o estabelecimento de um limite da contagem bacteriana total (CBT) no recebimento do leite cru, na indústria. Pelas regras, o máximo permitido é de 900 mil unidades formadoras de colônia por mililitro (Ufc/ml).

Essa medida é o coração das normas. E por mais que exija trabalho, é o mais fácil de corrigir, pois envolve apenas higiene – explica Milene.

Segundo a auditora fiscal agropecuária, as adaptações demandam trabalho conjunto entre produtores e assessoria técnica das indústrias: E a adequação não tem a ver com volume de produção. Não depende do tamanho do produtor rural.

Na próxima segunda-feira (14), a comissão de política agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag) se reunirá com cooperativas gaúchas para analisar os quatro primeiros meses de vigência.

Queremos fazer uma avaliação baseada em dados, em fatos reais – afirma Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag.

O que preocupa a entidade neste momento é a baixa capacidade de investimento do produtor por conta do preço pago pelo leite. No dia 15 de outubro, os impactos das INs 76 e 77 e o baixo valor do produto no Estado serão tema de audiência pública no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa do Estado.

Principais mudanças das INs 76 e 77

Contagem bacteriana na indústria

O limite de contagem bacteriana total (CBT) no recebimento do leite cru, na indústria, passou para 900 mil unidades por mililitro. Os limites estabelecidos na propriedade, de 300 mil de CBT e 500 mil de contagem de células somáticas (CCS), foram mantidos.

Descarte de produtores

O leite cru coletado nas propriedades deve apresentar médias geométricas de contagens de no máximo 300 mil unidades formadoras de colônia por mililitro (Ufc/ml). As médias precisam considerar análises de três meses consecutivos e os registros devem ser armazenados pelas indústrias. Caso o produtor apresente índices acima do limite em três trimestres sequenciais, a coleta do leite deverá ser suspensa pela indústria. O produtor poderá voltar a fornecer o alimento quando apresentar pelo menos um resultado positivo, sem compor média.

Temperatura do leite

A temperatura de receptação do leite cru na plataforma da indústria será de 7°C, podendo chegar a 9°C em episódios excepcionais. Pela lei atual, o leite pode chegar à indústria até 10°C.

Programa de capacitação

As empresas precisarão adotar planos de autocontrole, que incluam qualificação de fornecedores com assistência técnica e gerencial. O trabalho das indústrias nas propriedades deverá incluir fiscalização sobre o controle de dejetos da produção leiteira, exigências referentes à qualidade da água, controle de pragas e armazenamento de alimentos/rações animais.

Indicadores de qualidade

A contagem bacteriana total (CBT) do leite refere-se à higiene e conservação do leite, que são determinadas por boas práticas, temperatura e tempo de armazenamento até o consumo final. Volumes baixos de CBT aumentam o tempo de vida de prateleira do produto, além de manter o sabor e os nutrientes do produto.

A contagem de células somáticas (CCS) é um indicador de saúde da glândula mamária da vaca. O indicador está relacionado à produtividade do animal e também ao rendimento industrial do produto – com variação física do teor de lactose, do nível de proteína e da acidez do leite.

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A relação entre segurança alimentar e negócios tem ganhado força, já que um descompasso do lado da oferta afeta negativamente a demanda.

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