Com os preços mais altos, alguns produtos estão começando a faltar nas prateleiras dos supermercados.
Chocolate
Chocolate e derivados de leite estão caros, e consumidor reduziu a compra; mesmo assim, por que começam a faltar nos mercados? / Imagem: martin-dm/Getty Images/iStockphoto

É o caso do chocolate em barra, do leite e de alguns derivados —creme de leite, maionese, leite em pó e leite condensado, de acordo com o Índice de Ruptura de maio da Neogrid, empresa especializada em soluções digitais para as cadeias de suprimento.

O que está acontecendo? Existe uma diminuição do estoque de chocolate, leite e derivados porque estão caros, e o consumidor compra menos. Diante disso, para não ficar com produtos encalhados, os supermercados também compram menos. Eles vendem os produtos disponíveis por preços mais altos, mas não estão vendendo em grande volume, afirma, Robson Munhoz, diretor de Customer Success da Neogrid.

Munhoz diz que o consumidor está comprando menos e optando por produtos na promoção para economizar, e isso afeta toda a cadeia de abastecimento e o estoque dos mercados.

Vai haver desabastecimento? Apesar de começarem a faltar nos mercados, Munhoz diz que não há risco de desabastecimento e que a queda está mais ligada à diminuição do estoque por parte dos supermercados.

O leite e seus derivados estão começando a faltar nos mercados. Isto porque o litro está mais caro — marcas especiais chegam a quase R$ 10 em mercados mais chiques.

De acordo com o último levantamento do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o leite longa vida acumula alta de 29,28% nos últimos 12 meses —e de 28,03% somente em 2022.

Por que preços estão aumentando? Munhoz diz que o aumento dos preços tem a ver com o custo do frete, mais caro com o aumento dos preços dos combustíveis, e com as estiagens, que obrigam o produtor rural a comprar ração pronta para os animais, e ela é mais cara do que a alimentação natural.

Qual a reação do cliente? O consumidor sem dinheiro leva menos leite para casa, compra na promoção ou escolhe outra marca. Com isso, os mercados diminuíram os estoques, e o cliente não encontra a marca que normalmente comprava, afirma Munhoz.

O chocolate subiu 10,18% nos últimos 12 meses e 5,16% em 2022, de acordo com o último IPCA. A pesquisa da Neogrid diz que essa é a maior falta do chocolate nas prateleiras desde maio de 2020.

Gasto médio do brasileiro cai: Com o orçamento reduzido, o gasto médio do brasileiro no mercado está caindo. Em vez de comprar um xampu de R$ 18, compra um de R$ 13. No caso de chocolate, deixa de comprar. É um efeito cascata que deve durar até o final deste ano, afirma Vinicius Alves, fundador da Gooxxy, empresa especializada em recolocação de produtos no mercado.

Por que a venda de chocolate cai na crise? O chocolate é um dos produtos com caráter de premiação. É aquele item que o consumidor costuma comprar quando acha que está “merecendo”, seja para comemorar uma conquista ou para compensar algum estresse do dia.

O chocolate subiu bastante de preço. É um produto do qual a pessoa não precisa para viver, mas é um item de premiação. Quando a inflação pega, e o dinheiro no bolso diminui, o consumidor deixa chocolates e snacks para depois.

Companhia do interior de São Paulo deve faturar mais de R$ 1 bilhão e descarta boatos de venda; mirando um eventual IPO, o plano é crescer com M&As, com dois negócios já no gatilho.

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