Reconhecimento facial para gado | A Lupora, startup que faz parte da Pulsar Incubadora Tecnológica da UFSM, vinculada ao InovaTec, foi destaque na Expodireto, de Não-Me-Toque, justamente por conta de uma tecnologia inovadora.
A startup que utiliza inteligência artificial para o reconhecimento facial para bovinos, teve destaque no Programa StartupRS, do Sebrae. Ao longo de 6 meses, 10 startups participaram do programa que tem o objetivo potencializar negócios de base tecnológica, e a Lupora foi a que recebeu o “prêmio” de melhor entre as 10.
Esse projeto surgiu a partir da percepção da necessidade de melhorar o desempenho das fazendas com a utilização de tecnologia. Ao lembrar da existência de ferramentas de reconhecimento facial de humanos, em que outros setores esse uso poderia fazer diferença, resolveram aplicar para a criação de um sistema de identificação de gado de corte e leiteiro
– Já havia sistemas que reconhecem animais pelo focinho, como se fosse uma impressão digital. Porém, é preciso que o animal esteja bem parado, até porque o focinho é preto e, no escuro e se mexendo, o sistema não consegue fazer a leitura. Por isso, decidimos usar, então, a tecnologia para fazer o reconhecimento facial dos bovinos – diz Enor Tonolli, ex-gestor do Parque de Ciência e Tecnologia da UCS e atual CIO da startup Lupora.
A empresa participou de uma seleção para startups de fora da UFSM e acabou ingressando na Pulsar Incubadora Tecnológica da Federal de Santa Maria, justamente por já focar no ramo do agronegócio.
– Conseguimos avançar no modelo de negócio e na nossa tecnologia. Percebemos quais são as necessidades do mercado e vislumbramos as possibilidades de crescimento a nível nacional e internacional. Apresentamos o pitch (breve apresentação da empresa) no encerramento do programa e pudemos transmitir a nossa expectativa daquilo que vamos levar ao mercado nos próximos dias, e ainda trilhar um caminho de conquistas compartilhadas com a Pulsar Incubadora Tecnológica – destaca Tonolli.
Qual o uso?
Mas você deve estar se perguntando: mas para que fazer o reconhecimento facial de bois e vacas? O pesquisador explica que isso tem várias utilidades. Ao reconhecer cada animal por meio de imagens de câmeras dispostas nas cocheiras e na propriedade rural, o sistema deve ser aperfeiçoado para analisar o comportamento do boi ou da vaca e se ele se alimentou, por exemplo.
A partir dos padrões de comportamento detectados pelas imagens captadas pelas câmeras, seria possível ter indicativos de que o animal está doente ou de que a vaca está prenhe. Um exemplo: até a posição da cabeça do animal poderia indicar algum comportamento fora do normal.
Por meio do celular, o pecuarista pode também identificar o animal no campo, seja pelo rosto ou pelo formato do corpo do animal. A partir daí, o dono do rebanho ou seu funcionário sabe exatamente qual animal é e tem acesso a detalhes do boi, como peso na última pesagem, se tem alguma vacina em atraso e quando deve ser a próxima vacinação. Consegue gerar gráficos do ganho de peso ou da produção de leite, se estão dentro do normal ou não, para avaliar cada animal e adotar medidas de correção do manejo. Tonolli conta que a tecnologia já está sendo testada em uma fazenda em Santa Maria e que vai ser implantada em outras duas, aqui na cidade e em Caxias. Além da Lupora, o pesquisador também participa de outras duas startups, uma incubada nos EUA e outra em Farroupilha.
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