A queda na produção de leite está prejudicando a produção de laticínios no Espírito Santo e tem feito alguns produtores migrarem para o cultivo de outros produtos, como soja, café, coco e mamão.
Para solucionar o problema, o governo estadual diz que vai colocar em prática um plano de apoio para ajudar e aumentar a produtividade dos produtores e cobrir a demanda da indústria local.
De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, com mais de 34 bilhões de litros por ano e a produção chega a 98% dos municípios brasileiros.
Dados da Secretaria Estadual de Agricultura (Seag) apontam que atualmente são produzidos 991,2 mil litros por dia no estado e a produtividade de litros de leite por vaca ordenhada é de 1.453 litros por ano. O valor bruto da produção do leite em 2021 foi de R$ 727 milhões.
Ênio Bergoli, secretário Estadual de Agricultura, disse que a produção de leite tem caído ao longo dos últimos anos no Espírito Santo, o que provoca um déficit no processamento de laticínios.
“A capacidade instalada da indústria de laticínios no Espírito Santo é um pouquinho superior a 1,9 milhão de litros por dia e temos um consumo entre leite e produtos processados na faixa de quase 1,3 milhão de litros por dia. Então, temos um déficit na quantidade que se produz de leite e relação à capacidade instaladas dos laticínios”, disse o secretário.
Antônio Roberte Bourguignon, presidente do Sindicato Rural de Linhares, disse que, para piorar a situação, os produtores da Região Norte estão migrando da pecuária para outras culturas.
“Os produtores estão trocando a produção de leite por uma cultura mais produtiva, como café, mamão e coco. E alguns estão entrando no plantio de soja. Quando você muda, muda para culturas perenes. A tendência é diminuir ainda mais”, disse Antônio Roberte.
Luizinho Bianchini, produtor de gados de leite, disse que a baixa na produção de leite está relacionada com a seca do ano passado e que quem não teve apoio ou não investiu na alimentação dos animais está amargando as perdas.
“Como temos a irrigação e um acompanhamento, não tivemos essa baixa na concepção das vacas, estão emprenhando direitinho e parindo agora. O produtor que não teve apoio técnico ou aporte de alimentação está sofrendo agora. Para a produção de leite, você tem que ter uma vaca que tenha um parto. Se não emprenhar, não pariu e não vai produzir [o leite]”, disse o produtor.
Soluções para amenizar a situação
O secretário estadual de Agricultura, Ênio Bergoli, disse ainda que a intenção do governo é fazer investimentos para aumentar a produtividade e recuperar a produção de leite no Espírito Santo.
“Estamos construindo um planejamento de médio prazo para a pecuária leiteira capixaba em um horizonte de 10 anos, para recuperar a capacidade de produção de leite nas propriedades e ter uma oferta maior para a indústria já instalada no estado”, disse o secretário.
Segundo o chefe da Agricultura, a partir da próxima safra, que começa em junho, os produtores de leite terão prioridade para pegar empréstimos.
Ênio Bergoli disse que a pecuária é a prioridade numero um para ser beneficiada com operações de crédito para melhorar a tecnologia na criação de animais e instalação de máquinas e equipamentos que favoreçam a melhoria dos indicadores da pecuária de leite no estado.
“A pecuária de leite, depois da cafeicultura, é a atividade mais presente em relação ao total de propriedades rurais capixabas”, disse Ênio Bergoli.
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