O aumento na produção de leite se deve a uma melhoria da produtividade.
leite
Em 2021, pela primeira vez na história, a quantidade de leite adquirida no Sul superou o Sudeste. Isso voltou a se repetir no ano passado.
Segundo a pesquisa trimestral do leite, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a quantidade do produto adquirido pelas indústrias brasileiras diminuiu 5,1% no ano passado, em comparação com 2021.

Por outro lado, em Santa Catarina a quantidade aumentou em cerca de 32 milhões de litros, o que representa um acréscimo de 1,1% em comparação com o ano anterior. Conforme dados do Observatório Agro Catarinense, a produção estadual tem aumentado progressivamente, enquanto o rebanho ordenhado vem diminuindo. Ou seja, o aumento se deve a uma melhoria da produtividade.

O analista de socioeconomia e desenvolvimento rural da Epagri/Cepa, Tabajara Marcondes, explica que algumas regiões catarinenses têm se destacado na expansão da produção. “A partir dos anos de 1990, o Oeste apresentou um crescimento bem mais expressivo do que o das demais regiões.

Nos anos mais recentes, o Sul de Santa Catarina também tem apresentado avanço expressivo, inclusive porque a produção do leite tem se apresentado como alternativa de renda para famílias que, até então, se dedicavam a outras atividades”, explica. Conforme dados do Observatório, as regiões de Santa Catarina com maior produção de leite são, respectivamente, o Extremo Oeste, o Oeste e o Meio Oeste, com a região do Litoral Sul em quarto lugar.

Em 2021, pela primeira vez na história, a quantidade de leite adquirida no Sul superou o Sudeste. Isso voltou a se repetir em 2022, quando a quantidade adquirida pelas indústrias brasileiras (23,9 bilhões de litros) decresceu 5,1% em relação a 2021. O desempenho de 2022 é considerado fraco não só em relação ao ano anterior.

Tabajara detalha que, nos últimos dez anos, o volume só não foi menor do que o de 2013 (23,6 bilhões de litros) e de 2016 (23,2 bilhões de litros). Destaca, ainda, que a perspectiva é de que o ano de 2023 seja de recuperação da produção leiteira nacional.

Conforme dados do boletim agropecuário do mês de abril, no primeiro trimestre de 2023, as importações brasileiras de lácteos atingiram 65,6 milhões de quilos, 174% a mais que no primeiro trimestre de 2022 (23,9 milhões de quilos). Como as exportações decresceram, o déficit comercial do trimestre atingiu 58,9 milhões de quilos, um crescimento de 340% em relação ao déficit de 13,4 milhões de quilos do primeiro trimestre de 2022.

“A manutenção de preços internos de lácteos mais elevados do que os preços de importação provenientes da Argentina e do Uruguai, combinada com as recentes valorizações do real frente ao dólar, tende a manter as importações em patamares relativamente elevados nos próximos meses”, prevê o especialista.

Tabajara explica que, a depender do comportamento da produção brasileira em 2023, as importações podem vir a representar mais do que os 5,1% da oferta total de leite inspecionado em 2022. Segundo os dados parciais dos levantamentos da Epagri/Cepa, o preço médio pago ao produtor pelo litro de leite em abril será superior ao de março. A estimativa provisória é de um preço médio de R$ 2,72 por litro.

 

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