O agronegócio está vivendo um novo patamar. Em busca de uma produção cada vez mais sustentável, a Nestlé Brasil, que assumiu também o compromisso com a descarbonização, está dando suporte aos produtores de leite para que eles façam a transição para uma pecuária cada vez mais sustentável.
Através do programa Nature por Ninho, mais de mil produtores que fornecem leite para a empresa estão sendo atendidos por especialistas.
Dentro do Nature por Ninho, há 150 fazendas que integram o Programa Regenera, onde as unidades recebem apoio agronômico para acelerar a implementação da agricultura regenerativa.
Conforme a gerente de Sustentabilidade da Nestlé Brasil, Bárbara Sollero, o programa tem o objetivo de incentivar e apoiar os pecuaristas a adotarem sistemas mais sustentáveis. Nele, as fazendas são certificadas conforme os avanços conquistados na agricultura regenerativa. Ao todo, são três categorias: bronze, prata e ouro. Há ainda o pagamento de um valor diferenciado pelo litro de leite entregue.
“O programa tem uma série de requisitos e práticas que a fazenda implementa com nosso auxílio. Temos uma equipe dedicada e especialista que vai às fazendas e ajuda os produtores. Depois de implantadas, vem uma empresa terceirizada que classifica as fazendas nos níveis do programa. Elas são classificadas dependendo do nível de práticas e de agricultura regenerativa que foi implementada”.
Conforme a gerente, esse é o meio pelo qual a empresa trabalha em busca de melhoria contínua no leite, incentivando os produtores a sempre implementarem melhorias. Adoção de práticas sustentáveis e de bem-estar animal demandam investimentos e geram um produto diferenciado e assim, o produtor consegue uma melhor remuneração ao comercializar o leite com a Nestlé.
“A gente reconhece o trabalho dos produtores e, através do nosso sistema de pagamento, que é robusto e meritocrático, pagamos valores diferenciados. Assim, as fazendas da categoria bronze recebem R$ 0,05 a mais por litro de leite. O valor sobe para R$ 0,10 a mais por litro na categoria prata e chega a R$ 0,15 na categoria ouro”.
Conforme Bárbara, o trabalho de incentivo para que os produtores tenham avanços na qualidade e nos processos, tornando-os mais eficientes e sustentáveis, sempre foi uma premissa para a empresa.
“Esse nosso conceito de implementação de um programa de certificação não é novo. Fazemos desde 2005, quando nosso desafio era qualidade do leite. De lá pra cá, evoluímos. Toda nossa base de fornecedores é certificada nesse projeto de qualidade. Evoluímos juntamente com os produtores, incluindo novos critérios de bem-estar animal, de direitos humanos e de manejo hídrico. A evolução iniciada no ano passado foi a inclusão das práticas de agricultura regenerativa”.
Fazenda Batatal avança na sustentabilidade com apoio da Nestlé
Dentre as 150 fazendas que integram o Regenera, mais de 60% estão em Minas Gerais, nas regiões do Triângulo e Alto Paranaíba.
Uma das unidades é a Fazenda Batatal, no município de Serra do Salitre. Na propriedade, os irmãos Silmar Geraldo Martins e Vilmar Geraldo Martins, juntamente com as famílias, desenvolvem a pecuária de leite há 10 anos.
Vilmar conta que, no início, a fazenda tinha 10 vacas a pasto e uma média produtiva de 15 litros de leite por vaca ao dia. Em busca de mais eficiência, foram feitos vários investimentos em genética, bem-estar animal e em práticas regenerativas, como o tratamento de dejetos, tratamento da água, rotação de culturas e cuidados com o solo.
“Nós temos paixão pela atividade. Procuramos aumentar a produção de forma eficiente e, para isso, fomos atrás de uma genética boa. Assim, no inverno chegamos a uma média diária de 30 litros por vaca ao dia, mas, quando chegava o verão a produção caía para uma média de 19 litros. Percebemos que mesmo com a genética boa, no verão o stress térmico derrubava a produção”.
Diante do problema, foram feitas várias melhorias. “Em 2018, construímos o primeiro barracão para abrigar as vacas. Assim, chegamos a uma média de 32 litros ao dia por vaca. No ano passado, construímos o segundo barracão e continuamos investimos no conforto das vacas”.
O resultado das práticas adotadas foi um salto produtivo. Com os animais abrigados em locais mais apropriados, com temperatura agradável e manejo correto, atualmente, a média produtiva é de 43 litros por vaca/dia.
“Conseguimos essa evolução sem o uso de hormônio, apenas com animais de alta produtividade genética, oferecendo alimento de qualidade e um ambiente confortável. Então, demos às vacas, que são da raça holandesa, o que elas precisam para produzir mais”, explicou Vilmar.
Todo o avanço produtivo e a implementação das práticas foram acompanhados pelo trabalho de campo dos técnicos da Nestlé. Conforme a gerente de Sustentabilidade Bárbara Sollero, os irmãos são parceiros da empresa há nove anos.
“São proprietários extremamente empreendedores. Eles olham para a fazenda com a seriedade de um negócio, cuidam dos processos e têm respeito. Eles têm o cuidado com as pessoas – são quatro funcionários -, com os animais, com a implantação das práticas sustentáveis e da agricultura regenerativa”, confirmou a gerente.
A dedicação dos proprietários foi essencial para que a fazenda Batatal fosse certificada na categoria ouro, dentro do programa Nature por Ninho.
“A fazenda está expandindo. Hoje, são 3,6 mil litros de leite ao dia, com 82 vacas e uma média de 43 litros de leite dia por animal. A gente dá suporte ao produtor para que ele faça a transição para um pecuária de leite cada vez mais sustentável”, explicou Bárbara.
Cuidados desde os bezerros
Na Fazenda Batatal, um dos principais cuidados é com o rebanho, que desde o nascimento das bezerros tem um tratamento diferenciado. Na unidade, eles são separados das mães assim que nascem e são tomadas medidas para garantir a saúde animal.
Entre as principais, está a mamada do colostro. Segundo a gerente de Sustentabilidade da Nestlé Brasil, Bárbara Sollero, os cuidados definem o futuro do animal na produção.
“Os bezerros, por uma questão fisiológica, nas primeiras duas a quatro horas de vida, têm o trato digestivo poroso. Por isso, nesse período, ele vai conseguir absorver o máximo de imunoglobulina da mãe através do colostro. Então, a gente garantir a mamada nas primeiras duas horas, é extremamente importante”.
Além disso, é feita a cura do umbigo, que é uma porta de entrada de bactérias. Os bezerros ficam em torno de 90 dias em um espaço separado, onde recebem o leite materno como a principal fonte de alimento. Há também oferta de ração para irem ambientando com o rúmen.
Depois desse prazo, eles vão para o piquete de transição, onde começam a se socializar. À medida que vão crescendo, vão sendo separados em lotes. Toda a nutrição fornecida é adaptada à exigência de cada fase.
“Para o conforto, além de cobertura e alimento de alta qualidade, cada bezerra tem uma bolinha recreativa, para que elas tenham uma distração”., aponta a gerente de Sustentabilidade.
Com cerca de 16 meses e pesando de 380 a 400 quilos, as bezerras da fazenda ficam aptas à primeira gestação. Quando prenhas, são transferidas para barracões com alto conforto e cuidados específicos em saúde e alimentação, definida nutricionalmente, conforme a necessidade de cada fase. Entre os itens para o conforto animal estão ventiladores, banhos e a adoção do sistema compost barn.
Práticas regenerativas
No que diz respeito às práticas regenerativas, conforme a gerente de Sustentabilidade da Nestlé Brasil, Bárbara Sollero, o produtor de leite, além de ser um bom pecuarista, também precisa ser um bom agricultor para produzir o alimento para o rebanho.
Na fazenda Batatal, por exemplo, dentre as práticas adotadas está a inclusão dos dejetos bovinos como adubo natural. O produto é proveniente do tratamento e reciclagem dos dejetos gerados pelo rebanho leiteiro.
“Há pouco tempo, os dejetos eram um problema para as fazendas, por isso, é necessário dar correta destinação e tratamento. Hoje, as fazendas que fazem esse tratamento correto, já entenderam que essa é uma fonte de adubo importante e natural”.
O adubo produzido com o tratamento dos dejetos é usado nas lavouras, que vão produzir o alimento para os animais. Assim, os produtores fazem do que era um problema, uma solução. A fazenda Batatal é um exemplo disso. Eles estão trocando o adubo químico pelo orgânico produzido dentro da fazenda.
Na unidade também é feito tratamento e aproveitamento dos recursos hídricos. Assim, a água utilizada na limpeza dos dejetos da pista de alimentação e de ordenha é armazenada em uma lagoa apropriada. Após 20 dias, a água é utilizada na fertirrigação das gramíneas, que são cortadas diariamente e oferecidas como alimentação fresca ao rebanho.
“Dessa forma, o produtor faz o uso efetivo do reúso da água como adubo orgânico, essa é considerada uma prática da agricultura regenerativa”, aponta a gerente.
Outra prática adotada é o cuidado com o solo. Na agricultura regenerativa, o plantio deve ser feito sem revolver o solo, conservando, assim, os nutrientes, a umidade e a biodiversidade. Também é adotada cobertura do solo e rotação de culturas. É feito o plantio do milho, consorciado com outros alimentos para as vacas, como o milheto, leguminosas e aveia.
“Os resultados destes investimentos na produção mais sustentável são ganhos mútuos. Assim, a Nestlé ganha cumprindo com os compromissos de sustentabilidade e de descarbonização. O consumidor tem acesso a um produto que é sustentável e o produtor tem mais rentabilidade, mais resiliência de terra, de cultivo”.
Sustentabilidade na fábrica de leite Ninho da Nestlé
Todo o trabalho desenvolvido no campo é importante para a fabricação de produtos lácteos de alta qualidade e cada vez mais sustentáveis. Em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, a fábrica da Nestlé – unidade produtora do leite em pó Ninho – também está investindo na sustentabilidade e na menor emissão de gases que provocam o efeito estufa.
Conforme o diretor Fernando Carvalho, estão sendo investidos cerca de R$ 50 milhões para a troca de uma caldeira. Além da renovação, o equipamento será mais eficiente, reduzindo, assim, a emissão de gases que provocam o efeito estufa.
“O novo equipamento é bem mais moderno e, por isso, seremos mais eficientes em energia. A previsão é que a caldeira entre em funcionamento em julho de 2024. Na unidade, a biomassa é a principal fonte de energia. Utilizamos para ter o menor impacto possível na emissão de gases de efeito estufa”.
Além disso, na fábrica é utilizada água de reúso da fabricação do leite em pó. Durante o processo de fabricação do produto, é liberado grande percentual de água.
“Cerca de 97% do leite é água. Então, para secar e fazer o leite em pó, nós tiramos essa água. O diferencial da fábrica é que a água extraída do leite é tratada e reutilizada. Hoje, também somos um fornecedor de água para o rio que passa próximo a fábrica. Devolvemos para o rio o volume tratado que não é usado”.
A unidade está entre as maiores de leite em pó do País. A capacidade de processamento é de 2 milhões de litros de leite/dia, volume que é alcançado no período de safra. Com esse montante, é possível produzir mais de 60 mil latas de Ninho por dia.
A produção do leite em pó é envasada em latas e também em sachês. Há ainda big bags de 1 tonelada e bolsas de 25 quilos, que são enviadas às fábricas da Nestlé para a produção de chocolates, biscoitos, entre outros. Ao todo, a unidade emprega 211 trabalhadores.
O foco da indústria é na qualidade desde a etapa da fazenda até a distribuição final. Todo o material utilizado nas embalagens é reciclável.
O leite processado vem dos produtores da região que fazem parte do programa Nature por Ninho e também de outras unidades fabris da Nestlé, como de Goiânia e Patos de Minas.
“A unidade se destaca pela tecnologia embarcada e pelo conhecimento. Então, toda a transformação do leite fluido em leite em pó acontece de forma automatizada. Na unidade, também está instalada a produção das latas”, explicou Carvalho.
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