Há seis meses o preço do leite cai sem parar na porteira da fazenda. Só em 2023, o valor do litro caiu 24,8%, segundo pesquisa nacional realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), ligado à Escola de Agronomia da USP.
Em 12 meses, a queda no valor repassado aos produtores foi de 30,4% em termos reais (já descontada a inflação oficial pelo IPCA). Essa crise, em plena entressafra, obrigou o Governo Federal a repassar R$ 200 milhões para socorrer os pecuaristas nos últimos meses.
Mas, mesmo com o custo da matéria-prima em queda contínua e significativa ao longo do ano, os laticínios elevaram o preço de seus produtos. Segundo estudo apresentado nesta semana pela Câmara Técnica e de Conciliação da Cadeia Láctea de Goiás, a cesta de derivados lácteos subiu 4,10% só no mês de novembro.
As maiores altas foram registradas no creme de leite (7,91%), no leite em pó integral (+5,55%), queijo muçarela (+4,76%) e leite UHT integral (+3,70%). Segundo a Câmara Técnica, só o leite condensado teve queda nos preços em novembro (-1,08%).
A Câmara Técnica e de Conciliação da Cadeia Láctea é composta por representantes da Federação da Agricultura e Pecuária, Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado, Instituto Mauro Borges, Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sindicato do Comércio Varejista e Associação de Supermercados. Goiás é uma das principais bacias leiteiras do Brasil e concentra laticínios com atuação em todo o País.
Na “Média Brasil” apurada pelo Cepea/USP nas principais regiões produtoras do País, o litro do leite cru pago aos produtores foi de R$ 1,9675 no último mês. No acumulado do ano, o volume de leite importado totaliza 1,8 bilhão de litros, representando uma alta de 77,4% em comparação ao mesmo período de 2022.
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