Parece filme repetido, mas não é. Novamente venho aqui chamar a atenção para a situação de crise porque está passando o produtor de leite de Goiás e do nosso País.
Fonte: Revista Voz do Campo

Volta e meia observamos fatores externos à propriedade rural, que vem impactando em prejuízos ao produtor, comprometendo sua renda e sua própria sobrevivência e, também, o futuro dessa atividade tão importante para toda a sociedade.

A situação atual de crise porque passa o produtor de leite é muito mais grave e preocupante. Tem ocasionado a falência e a saída de inúmeros produtores da atividade de pecuária de leite em Goiás e em outros Estados brasileiros. E isso tem impactado na redução gradual da produção de leite.

O aumento significativo dos custos de produção e a elevada redução nos preços de leite recebido pelos produtores neste momento, tem levado milhares de famílias que dependem dessa atividade para sobreviver, a ficar sem renda, pois não tem como pagar as contas com os valores que recebem pelo produto que produzem diariamente com tanto suor e esforço.

O Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás – IFAG, fez um levantamento mostrando essa realidade. Nos últimos 6 meses (julho a dezembro/2021), enquanto os preços aos produtores reduziram, em média, em mais de 30%, os seus custos de produção subiram mais de 27% em média. Sendo que alguns insumos aumentaram mais de 70% no mesmo período.

O levantamento do IFAG mostrou também, que essa redução nos preços aos produtores no período analisado, foi bem maior do que a queda nos preços dos principais produtos derivados lácteos comercializados pelas indústrias, que teve queda de 8,62% (Índice IMB) e do que os preços dos produtos que o consumidor paga na gôndola do supermercado, que aumentou 0,54% em média.

O cenário é gravíssimo, pois está levando a um aumento do endividamento do produtor, a perda do seu patrimônio e a sua saída da atividade, principalmente das propriedades com pequena escala de produção, que são a grande maioria dos produtores de leite do Estado de Goiás. E como consequência está afetando o futuro da produção de leite do nosso Estado, o que certamente impactará para a sociedade como um todo.

A pecuária leiteira tem um caráter econômico e social importante, onde somente no Estado de Goiás, emprega mais de 220 mil pessoas direta e indiretamente, estando presente em todos os municípios goianos, sendo a principal fonte de renda de grande parte desses municípios.

Para que a cadeia produtiva do leite se torne cada vez mais forte e competitiva, todos os elos dessa cadeia precisam ter viabilidade econômico-financeira para que possam sustentar-se ao longo do tempo e fazer os investimentos necessários, principalmente em tecnologia e gestão, para darem as respostas que os mercados e a sociedade esperam. O que não está acontecendo com o elo dos produtores de leite

Os produtores de leite tem procurado fazer sua parte, se profissionalizando, melhorando a qualidade do leite que chega à mesa dos consumidores e se capacitando, através da obtenção de Assistência Técnica e Gerencial. Além disso, tem sempre buscado melhorar a articulação com o setor industrial, através da Câmara de Conciliação da Cadeia Láctea, fórum de discussão coordenado pelo Governo de Goiás.

No entanto, o relacionamento entre o produtor de leite e o setor industrial chegou a uma situação insustentável, onde nos últimos anos, as indústrias tem trabalhado em uma via de mão única, não proporcionando condições aos produtores para a busca do básico numa relação comercial que seja minimamente justa e saudável. A busca da previsibilidade dos preços que irá receber e do pagamento de um preço justo e compatível com o mercado que assegure o equilíbrio, para que possa continuar produzindo um produto de qualidade para cada goiano e cada brasileiro.

Nesse sentido, vimos alertar ao setor industrial e ao poder público, da gravíssima situação dos produtores de leite em vias de perecer e desaparecer!

Esse valor representa um decréscimo de 0,6% em comparação ao volume registrado no 3º trimestre de 2023 e aumento de 7,7% em comparação ao obtido no trimestre imediatamente anterior.

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