A McCarty Family Farms, localizada em Rexford, Kansas (EUA), tornou-se símbolo de como a genética bovina e a gestão baseada em dados estão revolucionando a produção de leite. O avanço genético aplicado ao rebanho elevou a produtividade média de 70 para mais de 100 libras de leite por vaca por dia, consolidando a fazenda entre as mais inovadoras dos Estados Unidos.
Segundo Gregg Doud, presidente da National Milk Producers Federation (NMPF), o setor vive um momento histórico: “Estamos em um ponto de virada no mundo do leite. O consumo global de proteína cresce como nunca, e o leite está no centro dessa transformação.”
🧫 Da medição à evolução: o poder da genética
Para Ken McCarty, coproprietário da fazenda, o segredo do sucesso está na mensuração precisa. “Você não pode gerenciar o que não pode medir”, afirma. Desde 2011, o rebanho cresceu de 7 mil para quase 20 mil vacas, e a produtividade aumentou cerca de 50%.
A fazenda apostou em testes genômicos para selecionar vacas mais saudáveis e produtivas. O resultado: melhor qualidade do leite e menor incidência de doenças, comprovada por uma contagem média de células somáticas entre 120.000 e 180.000, bem abaixo da média do setor.
🧩 Eficiência e bem-estar no mesmo caminho
Com a alimentação representando 65% do custo total de produção, a eficiência alimentar é prioridade. McCarty explica que os índices genéticos TPI (Total Performance Index) e DWP$ (Dairy Wellness Profit Index), da Zoetis, são fundamentais para as estratégias de acasalamento e reprodução.
O geneticista Dan Weigel, da Zoetis, reforça que o trabalho conjunto com os McCarty demonstra como a genética pode melhorar a vida das vacas e dos funcionários. “Eles provaram que otimização e bem-estar caminham lado a lado”, destaca.
🧠 Proteína no centro da estratégia
Em um mercado global obcecado por proteína, o foco genético da McCarty Family Farms é claro: aumentar o teor proteico do leite. Enquanto o teor de gordura pode ser ajustado pela dieta, a proteína exige seleção genética precisa.
“É mais fácil alterar a gordura pela alimentação do que a proteína”, explica McCarty. “Por isso, nosso plano genético é totalmente voltado para proteína. O que investimos em genética aparece no tanque de leite.”
O rebanho mantém uma média de 3,35% a 3,4% de proteína e 7,5 libras de sólidos por vaca — números notáveis para vacas da raça Holandesa. Além disso, as melhorias genéticas aumentam a eficiência industrial: o leite com mais sólidos impulsiona o rendimento nas plantas de processamento.
🌱 Sustentabilidade com base em ciência
A fazenda também busca reduzir seu impacto ambiental por meio de genética e eficiência. “O maior passo que podemos dar para diminuir nossa pegada de carbono é aumentar a produção por vaca”, diz McCarty. “Criar animais mais saudáveis é bom para o planeta e para o negócio.”
Com 88% dos nascimentos A2A2, a fazenda está preparada para atender consumidores que preferem leite com essa variação proteica, mais fácil de digerir.
🤝 Parcerias que impulsionam o futuro
O sucesso da McCarty Family Farms também se deve à colaboração com empresas de genética e nutrição, como a Zoetis. Essa parceria fornece dados e análises que orientam as decisões no campo.
“Quando nosso cliente quer algo, quer agora — e temos que estar prontos para entregar”, afirma McCarty. “Graças aos dados e aos perfis genéticos do rebanho, conseguimos adaptar rapidamente nossa produção.”
📊 O futuro do leite é orientado por dados
Na visão de Weigel, o segredo da evolução do setor está na decisão baseada em dados. “Não existe uma fórmula única para todas as fazendas, mas os dados fazem a diferença. Quando você se apoia em medições genômicas e de produção, não erra.”
A fazenda McCarty mostra que a combinação entre tradição familiar e tecnologia pode transformar o leite em um produto ainda mais eficiente, nutritivo e sustentável. O futuro da pecuária leiteira global passa por histórias como essa — onde ciência, gestão e propósito se encontram em cada gota.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Dairy Herd Management
