Produção de alimento para o gado, como as capineiras e a silagem, ajuda na rentabilidade de agricultores e sustenta a alimentação de bovinos durante o período de seca.
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O trabalho de silagem na propriedade de Marco Antonio Ayres Alves (Arquivo Pessoal)

A falta de pasto em época de período mais seco pode causar prejuízos para os criadores de gado de leite e de corte, principalmente no Noroeste paulista, onde o clima, além de seco, é de altas temperaturas.

Medidas como o uso de capineiras e de silagem são estratégias importantes para alimentar o rebanho, favorecer o custo de produção e ainda impulsionar lucratividade para produtores que investem na comercialização destes alimentos para os animais.

De acordo com especialistas, a capineira é uma área cultivada com gramínea de alta produção, utilizada exclusivamente para corte, sendo que a silagem é a técnica de conservação ou preservação de alimentos para uso na alimentação dos animais. “Ainda é época para oferecer as capineiras como capiaçu, cana ou milho nos processos de silagem para o rebanho de corte e de leite neste período em que falta a pastagem”, explica o veterinário Ricardo Santos Silva, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) de Catanduva.

A estratégia em planejar a alimentação dos bovinos se faz mais do que necessária, segundo o veterinário, neste cenário em que tanto os preços da arroba do boi foram menores, e a produção leiteira também foi impactada por valores mais baixos pagos aos pecuaristas.

“Tanto quem produz a silagem para comercializar como o produtor que não fez o planejamento de alimentos para o gado podem ter algum prejuízo neste sentido”, diz Ricardo.

Os danos provocados pela falta de alimentação causam prejuízos para a produção de bovinos como a quebra na produção de leite e a perda de peso do animal em confinamento.

O veterinário comenta que todos os materiais são importantes, com vantagens e desvantagens para a escolha do tipo de capineira ou a silagem que o produtor irá oferecer ao rebanho, sendo importante o criador identificar, junto aos técnicos, que tipo de alimentação é mais interessante para a produção que ele tem.

Organização e qualidade

“Normalmente, na nossa região, a característica do inverno é seco, sem chuvas que sustentem a pastagem para os animais, sendo importante complementar o trato dos animais com a silagem. A orientação é que o produtor tenha uma organização para manter a silagem, se for produzir ou tenha que comprar, já que na época da seca a silagem fica mais cara para quem for comprar”, conta o agrônomo Carlos Rosa, da Casa da Agricultura (Cati), de Nova Aliança.

Caso o pecuarista produza em sua propriedade a silagem, plantando e cultivando as culturas como capiaçu, milho, milheto, sorgo, entre outras, Carlos explica que é preciso ficar atento à qualidade do material ensilado. “A qualidade começa desde o plantio, evoluindo durante o crescimento da cultura e, o principal, para o ponto de colheita ideal”,
afirma. Carlos lembra ainda que o produtor deve estar atento para o corte destes materiais, tamanhos que devem ser adequados para o trato digestivo do animal.

Produtores identificam procura menor

Marco Antonio Ayres Alves durante carregamento de material para silagem
Marco Antonio Ayres Alves durante carregamento de material para silagem

Marco Antonio Ayres Alves durante carregamento de material para silagem (Arquivo Pessoal) Produtores que investiram na venda de silagem conseguem melhor rentabilidade com o negócio na época da seca, quando os pecuaristas precisam de mais alimento para o rebanho, pela falta de pastagem. Porém, nesta safra, a comercialização de silagem teve um impacto da ordem de 30% a 70% a menos com o negócio.

Como os preços da arroba do boi e do leite caíram, os produtores de silagem afirmam que o pecuarista economizou mais na compra destes alimentos. “Além disso, no ano passado choveu mais, teve mais pasto para o gado”, conta Marco Antonio Ayres Alves, de Nova Aliança. Na produção de silagem de milho de Marco, a queda foi de 30% em comparação ao ciclo passado.

Marco se especializou na produção de silagem de milho que ele produz o ano todo e comercializa para pequenos pecuaristas e para lojas de produtos agropecuários. “Como tenho parceiros que plantam o milho verde em pivô, a produção é o ano todo. Comecei a fazer para alimentar os animais da minha propriedade, os amigos gostaram e me pediam para a propriedade deles, e o negócio cresceu. Hoje tenho equipamento para ensacar a silagem, dois funcionários, com produção diária entre 600 a 700 sacos de silagem de milho”.

Já Anderson Esteves, de Urupês, se especializou na produção de silagem de diferentes materiais, exercendo a atividade na propriedade dos pecuaristas. “Eu faço todo o trabalho de colher, cortar e ensilar as culturas de capiaçu, cana-de-açúcar ou de milho”. Neste ano, Anderson diz que a produção da silagem teve queda de 70%, principalmente pela baixa de preços da arroba do boi.

Apesar de menor rentabilidade nesta safra, os produtores de silagem ressaltam que o negócio é lucrativo. Marcos diz que ensila sacos de 25 quilos de silagem de milho e comercializa uma média de 40 sacos, o que rende R$ 550 a tonelada. “Muitos produtores não têm área para cultivar as culturas da silagem, então a procura é muito boa”. Para
Anderson, a cobrança do serviço é por hectare trabalhado, com custo de R$ 700 a hora.

Produção e compra

Na propriedade de Thiago Cruciol, em José Bonifácio, a silagem oferecida para a criação de gado de leite se faz necessária o ano todo, já que ele não deixa os animais a pasto. “Eu tanto produzo aqui a silagem, quanto compro esse alimento”, diz Thiago, que fez um investimento de R$ 85 mil na produção de silagem de cana-de-açúcar, apenas em um período do ano.

“O investimento em silagem é alto, chega a atingir R$ 500 mil no ano. Porém, sempre falo que é importante para a produção leiteira, a vaca em produção precisa de uma dieta muito equilibrada para ter boa lactação”, conta Thiago. Ele diz ainda que para o volume diário de leite de 2,1 mil litros da sua produção leiteira, a silagem de milho entra como a principal, representando 60% entre outros materiais usados na alimentação do rebanho.

“É muito trabalho para suprir o alimento das vacas leiteiras, além do volumoso, que é a silagem, uso ainda 18 quilos de cevada na suplementação alimentar. Tudo com orientação de um zootecnista, que nos ajuda a controlar a nutrição dos animais”, completa.

 

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