Pouca gente sabe, mas o leite condensado é um produto bem antigo, do século 19.
Ele se popularizou nas guerras porque era prático, enlatado, com durabilidade alta. Os soldados conseguiam carregar a lata de um lado para o outro, que fornecia as calorias necessárias para enfrentarem as batalhas.
Depois do fim da Guerra, a fabricante do leite condensado tinha que direcionar a produção enorme que tinham. A primeira destinação dada foi à alimentação infantil, focada nos bebês e recém-nascidos. Hoje nos parece absurdo, mas afirmavam que era mais seguro e mais completo do que o leite materno. Essa foi a estratégia adotada pelo marketing da indústria e obteve bons resultados comerciais.
Na década de 50, surgem as fórmulas infantis – substitutos do leite materno, e o Leite condensado, com excesso de açúcar, perde espaço.
Onde seria vendido o leite condensado?
Uma equipe de pessoas foi contratada para criar receitas e modificar a doçaria brasileira. Bolos, doces, coberturas, o tradicional beijinho, o pudim de leite, o arroz doce… foram recriados com leite condensado. Ele substituiu o leite e outros ingredientes. Usaram estratégias muito interessantes, como criar receitas em que as medidas eram a própria lata. Assim, criou-se uma dependência daquele produto.
É um caso muito real de uma empresa que usou seu marketing, e até mesmo o poder afetivo que tem sobre o imaginário das pessoas, para construir hábitos. Para muitos de nós, o leite condensado está nas memórias afetivas, nas receitas do caderninho da avó. Mas podemos e devemos refletir sobre o poder das estratégias de marketing e vendas sobre nossos costumes, interferências nas receitas de família, na nossa saúde e no nosso estilo de vida.
Você já tinha pensado nisso?