Os companheiros e companheiras produtores brasileiros até chegaram a ficar menos desanimados, achando que o vento poderia tá mudando de lado na questão das importações de leite e derivados, mas a esperança de mudança logo se desvaneceu e o céu de novo escureceu pro povo do setor.
O caso acontecido foi que, depois de ter parado de aumentar e ter ficado estável em setembro, o volume de produtos comprados lá fora pela indústria laticinista e pelos distribuidores atacadistas voltou a registrar um substancioso crescimento no outubro recentemente terminado.
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De acordo com o balanço divulgado pela Secex, que é a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, entraram no país o equivalente a 203,3 milhões de litros, com uma substanciosa alta de 11,6% em relação a setembro do ano presente.
Repare a amiga pecuarista que, destrinchando a lista dos derivados mais importados, o que mais aumentou, falando ainda de quantidade, foi o leite em pó integral, com 12.802 toneladas e um crescimento de 21%, na comparação mensal.
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A parte principal da explicação pra esta situação, conforme os analistas do Portal Milkpoint, é que o preço do leite brasileiro retomou o rumo altista e acabou perdendo mais um pouco do seu poder de competição, deixando a porteira do nosso mercado ainda mais escancarada pro produto importado.
Na outra mão de direção desta mesma estrada, as exportações da indústria nacional continuaram tropicando e cambeteando, com o volume embarcado ficando na insignificância de 4,4 milhões de litros, ou 10,3% do que em setembro do ano atual.
Fazendo então uma operação simples de subtração, o saldo da balança comercial do nosso setor leiteiro, que é a diferença entre o que foi vendido lá pra fora e o que foi comprado no estrangeiro, ficou negativo em 199 milhões de litros, sendo o buraco nesta conta registrou um aumento correspondente a 22 milhões de litros de um mês pro outro.
Olhando agora pro rumo que o carretão deve pegar no estradão, o que já dá pra dizer é que, no mínimo, a vida vai ficar mais difícil pro importador brasileiro, porque os preços subiram bem no mundo inteiro, e com isso também aumentou o número de interessados nas mercadorias da Argentina e do Uruguai, que são os fornecedores de quase 100% dos laticínios importados pelo Brasil.
Aí, como manda a lógica comercial, com mais gente querendo comprar, a cotação só pode aumentar, né.