O National Dairy Development Board importa 40.000 doses de sémen de touro do Brasil para aumentar a produção de leite das raças autóctones indianas.
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NDDB está planejando usar as doses em um projeto de pesquisa existente para obter animais que tenham genética brasileira com capacidade de produzir mais de 80 litros de leite por animal.
A Junta Nacional de Desenvolvimento de Laticínios (NDDB) importou 40.000 doses de sêmen de touro do Brasil pela primeira vez para aumentar a produção de leite por meio de inseminação artificial, segundo um alto funcionário da embaixada brasileira.

O NDDB, que importou as doses, tem como objetivo aumentar o número de raças nativas indianas, Gir e Kankrej, e aumentar sua produção de leite. A NDDB é uma cooperativa de propriedade do governo que possui e opera a marca Mother Dairy.

Isso ocorre em um momento em que o governo tem como meta produzir 330 milhões de toneladas (mt) de leite por ano até o FY34. A Índia produziu 230,6 mt de leite no FY23, um aumento de 3,8% em relação ao ano anterior e um aumento de 22,8% em relação ao FY19, de acordo com um comunicado do governo indiano.

A Índia é o maior produtor de leite do mundo, contribuindo com 24% para a produção global, seguida pelos EUA e China. No entanto, a produção atual de leite do país está em par com seu consumo e, portanto, precisa encontrar maneiras de aumentar a produção, pois a demanda deve continuar aumentando.

“NDDB está planejando usar as doses em um projeto de pesquisa existente para obter animais que tenham genética brasileira com capacidade de produzir mais de 80 litros de leite por animal”, disse Mauricio. “A média aqui é de oito litros. Alguns animais no Brasil podem até produzir até 40 litros de leite. No entanto, a média é de 20-22 litros por animal.”

Um alto funcionário do ministério da pecuária e laticínios confirmou que a importação ocorreu.

O plano da NDDB de importar sêmen de touro brasileiro enfrentou forte resistência nos últimos quatro anos de criadores de gado indígenas preocupados com a deterioração das raças indianas. Em 2017, o governo tentou importar sêmen congelado do Brasil, mas adiou a decisão devido a objeções de criadores de gado. Gir ou Gyr é uma das principais raças de Zebu que se originaram na Índia. (O gado Zebu se originou no sudoeste da Ásia e evoluiu a partir de três raças de gado indianas.) Foi presenteado pelo Maharaja de Bhavnagar ao Brasil no século XVIII, e o Brasil preservou a raça original de vacas Gir. Ao longo dos anos, Gir se tornou uma raça produtora de leite e é bastante popular em países sul-americanos devido à sua capacidade de sobreviver a condições climáticas extremas.

Ao mesmo tempo, a Índia viu um declínio constante no número de variedades indígenas, já que os agricultores preferiam raças como Jersey, de origem britânica e que produzem mais leite. As vacas Jersey dão cerca de 20 litros por animal por dia em média. Jerseys cruzados com raças indianas podem dar 8-10 litros, e a raça indiana de vacas Gir pode dar 6-10 litros, de acordo com o Indian Agriculture Research Institute.

“Também estamos discutindo a transferência de embriões. Vamos dar a animais vivos porque há um aumento gradual na taxa de sucesso em relação ao material genético”, disse Mauricio. “Quando você importa sêmen, ainda precisa encontrar os animais. Quando você importa embriões, não precisa disso. Portanto, as chances de sucesso são maiores.”

A Índia e o Brasil compartilham uma relação próxima e multifacetada tanto no nível bilateral quanto em fóruns plurilaterais como Brics, BASIC, G-20, G-4, IBSA, Aliança Solar Internacional, bem como nos maiores organismos multilaterais como a ONU, OMC, Unesco e WIPO. Os dois países são parceiros estratégicos desde 2006.

A relação comercial bilateral cresceu constantemente com o objetivo de aumentar o comércio bilateral para US$ 50 bilhões até 2030, disse o secretário de comércio Sunil Barthwal em outubro passado. O comércio foi de US$ 15,2 bilhões no FY22, segundo dados do Ministério das Relações Exteriores.

Há um MoU entre ambos os governos desde 2008, entre outros. Uma das principais áreas deste MoU é o desenvolvimento da pecuária, especialmente a produção de laticínios.

Sob o acordo-quadro, há uma declaração conjunta entre o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil) e o DAHD (Departamento de Pecuária e Laticínios, Índia) para simplificar essas coisas. Abaixo disso, há um contrato comercial entre o comprador indiano e o vendedor brasileiro.

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