Seis indivíduos foram detidos em três cidades, acusados de adulterar o leite distribuído em programas sociais e desviar verbas públicas.
Leite adulterado leva Polícia Federal a fazer operação no Brasil. Foto: Reprodução
Leite adulterado leva Polícia Federal a fazer operação no Brasil. Foto: Reprodução
Nesta terça-feira (13), seis indivíduos foram detidos em três cidades de Pernambuco, acusados de adulterar o leite distribuído em programas sociais e desviar verbas públicas.

Operação Desnatura, realizada pela Polícia Federal (PF) em colaboração com a Receita Federal, é um desdobramento da Operação Lácteos, que investigou o desvio de pelo menos R$ 8,5 milhões do Programa Leite de Todos.

De acordo com a Polícia Federal (PF), os desvios começaram em 2014. Os criminosos se valiam de uma grande empresa de laticínios do estado e de uma cooperativa de produtores de leite criada para cometer fraudes no Programa Leite de Todos, gerenciado pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco.

As fraudes ocorriam da seguinte maneira:

  1. Empresários associados a um grande laticínio no Recife desviavam recursos do governo federal que deveriam ser utilizados para adquirir leite cru fornecido por pequenos agricultores;
  2. Além disso, eles adulteravam e diminuíam o valor nutricional do leite, que era destinado a pessoas em situação de insegurança alimentar e estudantes de escolas públicas;
  3. Para dificultar as investigações, o “Leite da Merenda” era descartado, e o fornecimento do “Leite de Aquisição” era suspenso nos centros de distribuição;
  4. O valor estimado do desvio é de R$ 100 milhões.

 

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Seis pessoas são presas por adulterar leite distribuído para pessoas pobres e desviar dinheiro público. Foto: Divulgação

No total, foram emitidos seis mandados de prisão preventiva, sendo três no Recife, dois em Gravatá (Agreste) e um em Itaíba (Sertão). Além disso, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão nas seguintes cidades:

  • Recife: 8;
  • Gravatá: 4;
  • Itaíba: 2;
  • Ipojuca: 2;
  • Rio de Janeiro: 1;
  • Pesqueira: 1;
  • Passira: 1;
  • Campina Grande (PB): 1.

 

Segundo o delegado da Polícia Federal Márcio Tenório, os indivíduos presos no Recife e em Gravatá serão encaminhados ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), localizado em Abreu e Lima, na região metropolitana do Recife.

Entre os detidos estão o empresário responsável pelo laticínio e seus subordinados. Até o momento, as investigações não apontaram envolvimento de funcionários públicos nas fraudes.

Os crimes investigados incluem estelionato, peculato (desvios cometidos por servidores públicos), organização criminosa, obstrução à Justiça, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e crime contra a saúde pública. As penas acumuladas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Além disso, foi determinado o sequestro de bens no valor de R$ 95.931.880,15 para ressarcir os cofres públicos. Foram apreendidos 18 veículos e 5 mil euros em espécie.

Também foi decretada a suspensão cautelar das atividades da cooperativa e da empresa investigadas, bem como de todos os contratos entre elas e o poder público.

Por fim, o laticínio investigado foi proibido de fornecer leite integral pasteurizado a fornecedores contratados pelo governo.

 

 

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A partir de segunda-feira, 18 de novembro, agricultores se mobilizam contra o acordo de livre-comércio entre a Europa e cinco países da América Latina, rejeitado pela França. François-Xavier Huard, CEO da Federação Nacional da Indústria de Laticínios (FNIL), explica a Capital as razões pelas quais o projeto enfrenta obstáculos.

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