Um estudo publicado na sexta-feira (24/5), no New England Journal of Medicine, mostra evidências de que o leite cru – sem pasteurização – contaminado com o vírus da gripe aviária (H5N1) pode transmitir a doença para ratos.
A descoberta, feita por pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison e do Laboratório de Diagnóstico Médico Veterinário Texas A&M, ambos nos Estados Unidos, sugere que o consumo de leite não pasteurizado não é seguro para humanos, especialmente em um momento de aumento de casos de gripe aviária.
Eles fazem um alerta para que as pessoas deem preferência ao consumo do leite pasteurizado – aquecido para eliminar microrganismos causadores de doenças.
No Brasil, a venda de leite cru é proibida em todo o território nacional devido ao risco de proliferação de bactérias causadoras de doenças, como a tuberculose, brucelose, listeriose, salmonelose, yersiniose, campilobacteriose, infecção por Escherichia coli, entre outras.
Estudo com ratos
No estudo norte-americano, cinco ratos foram alimentados com gotas de leite cru de gado infectado. Já no primeiro dia, os animais apresentaram sintomas da doença, incluindo letargia.
Os pesquisadores também observaram que os níveis do vírus da gripe aviária caíram lentamente no leite cru armazenado em temperaturas de refrigeração.
Preocupação com a gripe aviária
Os Estados Unidos confirmaram, na quarta-feira (22/5), a segunda infecção humana. O caso ocorreu em Michigan, onde um trabalhador que lidava com vacas leiteiras infectadas pelo vírus contraiu a doença.
O primeiro caso foi registrado no Texas, no final de março, também em um trabalhador que lidava com gado leiteiro. Os dois apresentaram sintomas leves, como conjuntivite.
O que é a gripe aviária?
A gripe aviária A (H5N1) foi detectada pela primeira vez em 1996. Desde 2020, no entanto, o número de surtos em aves cresceu exponencialmente, assim como a quantidade de mamíferos infectados. Autoridades temem que a gripe aviária passe a ser transmitida entre humanos.