Leite voltou ao centro das conversas sobre emagrecimento, especialmente num momento em que as canetas emagrecedoras se popularizaram e exigem mais atenção à qualidade da alimentação.
Embora esses medicamentos ajudem a controlar o apetite, especialistas lembram que eles não fazem milagres sozinhos — e é aí que um alimento simples, acessível e nutritivo como o leite reaparece como aliado importante.
A obesidade, hoje considerada um dos maiores desafios de saúde pública mundial, não cede apenas com remédios. O Brasil reflete essa realidade: mais de metade da população adulta está acima do peso, e cerca de um quarto já é classificado como obeso.
O tratamento, segundo profissionais de saúde, precisa integrar vários pilares ao mesmo tempo — da mudança de hábitos ao suporte psicológico, do acompanhamento médico à construção de uma rotina alimentar capaz de nutrir, sustentar e proteger.
Nas clínicas, o uso de análogos de GLP-1 — como semaglutida e liraglutida — transformou-se em tendência. Eles ajudam a reduzir a ingestão, mas também criam um novo desafio: como manter a nutrição adequada quando a fome diminui?
Para o nutricionista Dr. Pedro Perim, mestre pela Faculdade de Medicina da USP e membro do American College of Sports Medicine, o risco é claro. “A perda de peso rápida pode comprometer a massa muscular e aumentar a chance de deficiências nutricionais se a alimentação não for bem estruturada”, afirma.
Estudos recentes reforçam o alerta. Usuários de análogos de GLP-1 têm apresentado ingestão reduzida de nutrientes essenciais, entre eles cálcio, magnésio, ferro, fibras, vitaminas A, C, D e E, além de proteínas — justamente o que sustenta o metabolismo, a imunidade e a preservação da massa magra. Em outras palavras: emagrecer sem cuidado pode sair caro.
É nesse contexto que o leite ganha protagonismo. “É prático, versátil, nutritivo e pode ajudar tanto na saciedade quanto na preservação da massa magra”, destaca Perim.
O nutricionista explica que as proteínas do leite — caseína e whey — têm digestão lenta e ajudam a prolongar a sensação de saciedade, algo crucial em fases de baixa ingestão calórica. Além disso, são proteínas de alta qualidade, fundamentais para evitar o efeito sanfona e proteger os músculos.
Entre os argumentos que sustentam o retorno do leite às dietas estão:
• Mais saciedade. A dupla proteínas + gorduras garante maior controle do apetite, reduzindo beliscos e impulsos, especialmente à noite.
• Preservação muscular. A caseína age lentamente, enquanto o whey oferece absorção rápida — uma combinação útil para quem treina ou simplesmente precisa manter o tônus muscular.
• Muitos nutrientes em pouco volume. Além das proteínas, o leite é fonte de cálcio, vitaminas do complexo B e D, e niacina, todas essenciais para metabolismo, ossos e energia.
• Praticidade absoluta. O leite UHT pode ficar fora da geladeira antes de aberto e está pronto para consumo imediato, sem preparo ou desperdício.
• Segurança e sustentabilidade. Não contém conservantes, não é reprocessado e suas embalagens são recicláveis, protegendo o alimento sem alterar o valor nutricional.
• Compostos bioativos. Esses componentes naturais oferecem potenciais efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios, anti-hipertensivos e até benefícios para o intestino.
Além de tudo isso, o leite conversa bem com a rotina moderna: vai do café da manhã ao pós-treino, entra em smoothies, shakes proteicos, sopas e receitas leves. Para quem usa canetas emagrecedoras — e passa longos períodos sem fome — pode ser um recurso simples para evitar déficits nutricionais.
Perim reforça que o sucesso de qualquer estratégia de emagrecimento depende da qualidade da alimentação. “Não basta comer menos; é preciso comer bem. E o leite pode, sim, fazer parte dessa estratégia”, conclui.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de O Nortão






