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10 dez 2025
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🥛 Acne, muco, hormônios e nutrição: o leite virou alvo de boatos nas redes. Pesquisadores mostram o que realmente sabemos até agora.
Especialistas lembram, porém, que a presença do leite acompanha a humanidade há milênios.
Especialistas lembram, porém, que a presença do leite acompanha a humanidade há milênios.

O leite segue no centro de debates acalorados nas redes sociais, mesmo sendo um dos alimentos mais tradicionais da história humana.

Nos relatos reunidos por nutricionistas e pesquisadores ouvidos por reportagens especializadas, a combinação de popularidade, desconhecimento científico e viralização digital criou um ambiente fértil para que antigas crenças ganhem novo fôlego — e confundam consumidores.

Dados do Ministério da Agricultura indicam que, só em 2023, o consumo espanhol de leite atingiu 2,943 bilhões de litros, cerca de 63 litros por pessoa ao ano. Apesar do volume expressivo, o número representa queda contínua quando comparado aos anos 2000, refletindo transformações demográficas, novas preferências alimentares e o avanço das bebidas vegetais.

Especialistas lembram, porém, que a presença do leite acompanha a humanidade há milênios. A adaptação genética que permitiu a adultos continuarem produzindo lactase — enzima necessária para digerir a lactose — foi decisiva para a sobrevivência de populações da Europa e de outras regiões.

O apelo nutricional do leite também não surgiu por acaso. Pesquisadores reforçam que se trata de um alimento completo, capaz de sustentar sozinho o crescimento de um mamífero jovem. Além do cálcio altamente biodisponível, essencial para ossos e dentes e importante no funcionamento muscular e nervoso, o leite oferece proteínas de alto valor biológico e vitaminas do complexo B, além de minerais como fósforo e potássio.

A vitamina D e a própria lactose atuam como facilitadores da absorção de cálcio, ponto frequentemente destacado por nutricionistas clínicos.

Mas se o perfil nutricional é sólido, por que tantos mitos persistem? A seguir, os seis mais difundidos — e o que a ciência diz sobre cada um deles.

1. “Leite causa acne”
A relação entre leite e acne permanece inconclusiva. Dermatologistas citam que, apesar de alguns estudos observacionais sugerirem associação entre consumo de leite desnatado e maior incidência de espinhas, os resultados são inconsistentes. A acne é multifatorial, influenciada por hormônios, genética, inflamação e alimentação como um todo. Pesquisadores apontam que dietas de alta carga glicêmica, e não o leite isoladamente, se correlacionam de forma mais robusta com crises de acne.

2. “Leite produz muco”
É um mito resistente. Pulmologistas e alergologistas explicam que a sensação de saliva espessa após beber leite está ligada à textura do alimento, não à produção real de muco pelas vias respiratórias. Estudos clínicos repetidos não encontraram vínculo entre leite e aumento de secreções, asma ou alergias respiratórias — exceção feita aos casos documentados de alergia à proteína do leite, que podem gerar inflamação.

3. “Leite tem hormônios prejudiciais”
A preocupação cresceu com o uso de somatotropina recombinante bovina em alguns países para elevar a produção de leite. No entanto, reguladores da União Europeia proíbem seu uso, e especialistas asseguram que a prática não ocorre em países como Espanha ou Brasil. Atribuições técnicas reforçam que o leite consumido dentro do bloco europeu não contém esse tipo de hormônio.

4. “Leite é indispensável para ossos fortes”
O cálcio do leite é, de fato, eficiente e de fácil absorção. Mesmo assim, chamar o alimento de “imprescindível” exagera seu papel. Pesquisas destacam que saúde óssea depende também de vitamina D — obtida principalmente pela exposição solar —, consumo adequado de magnésio, exercício de força e ausência de tabagismo.

A curiosidade de que países com maior ingestão de leite registram mais fraturas de quadril não implica causalidade, sendo influenciada por fatores demográficos, longevidade e metodologias de registro.

5. “Bebidas vegetais são mais nutritivas”
Nutricionistas são unânimes: bebidas vegetais não são leite. Com exceção da bebida de soja enriquecida, as alternativas à base de aveia, amêndoas ou arroz têm menor teor proteico e, salvo fortificação industrial, praticamente não oferecem cálcio biodisponível. Além disso, muitas incorporam açúcares, aromas e espessantes.

6. “Leite desnatado é sempre mais saudável”
A demonização da gordura nos anos 70 e 80 consolidou a ideia de que versões integrais seriam prejudiciais ao coração. Evidências recentes narradas por equipes de pesquisa contradizem esse raciocínio: revisões sistemáticas não identificaram associação clara entre gordura láctea e doenças cardiovasculares.

A gordura do leite contém vitaminas lipossolúveis e ácidos graxos com possíveis efeitos benéficos. Para a população saudável, o consumo moderado de leite integral, dentro de uma dieta equilibrada, não oferece risco adicional.

No fim das contas, o leite não é panaceia nem ameaça. É um alimento nutritivo, seguro e culturalmente enraizado. Em caso de desconfortos, a recomendação de especialistas permanece simples: procurar orientação profissional e individualizada.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de MSN

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