Animais fogem dos incêndios pelo Brasil; construção de aceiros e movimentação do rebanho para área mais afastada das propriedades auxiliam na defesa.
Construção de aceiros e movimentação do auxiliam na defesa. Foto: Erich Sacco/Getty Images/iStockphoto/direitos reservados
Construção de aceiros e movimentação do auxiliam na defesa. Foto: Erich Sacco/Getty Images/iStockphoto/direitos reservados

No mês de agosto, o Brasil registrou 68.635 focos de incêndios, uma alta de 144% em comparação ao mesmo período de 2023, segundo o sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Grande parte dessas queimadas atingem a fauna brasileira, inclusive animais de criação como, bovinos de leite e corte.

 

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No domingo (8), um vídeo que circulou nas redes sociais mostra uma boiada, da raça nelore, provavelmente de criação de corte – fugindo de um incêndio que atingiu uma propriedade em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. Segundo o Corpo de Bombeiros não há informações se os bovinos conseguiram sobreviver.

 

Animais fogem de queimadas pelo Brasil
Animais fogem de queimadas em fazenda de Rio Verde, Goiás. Foto: Reprodução/RedesSociais

Manejo de proteção de bovinos contra incêndios

Para Manoel Lúcio Pontes, coordenador técnico Estadual de Bovinocultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), a prevenção contra essas situações de incêndios no período seco, é a melhor conduta para o pecuarista.

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A recomendação é a construção e manutenção dos aceiros, faixas onde é retirada a vegetação, deixando só o solo mineral, evitando que o fogo entre na propriedade rural.

“O recomendado é o produtor fazer aceiros na beira de estradas e divisas de propriedade. E se tem um local, que costuma pegar fogo todo ano, o melhor é não deixar os animais ali, porque caso aconteça um incêndio, o rebanho na melhor das hipóteses vai sofrer um imenso estresse e algum dano físico para arrebentar a cerca, podendo se eles não conseguirem até morrer todos cercados pelo fogo”, alerta.

Os aceiros devem ter no mínimo cinco metros de largura e devem ser limpos anualmente no início do período da seca, mas eles podem não ser suficientes por causa do vento, do tipo de vegetação e do relevo.

O especialista indica ainda que o produtor fique atento com sinais de fumaça, para retirar os animais de locais próximos a incêndios.

“Num caso de risco muito grande, o pecuarista deve planejar o pastejo diferido para piquetes mais distantes da divisa de estradas ou áreas de muito movimento. Sempre buscar fazer uma limpeza nas beiras de estradas, catando pedaços de vidro ou qualquer outro material que possa gerar uma combustão nessa macega, que é muito seca”, salienta o coordenador.

Estratégias principais

Produtores devem estar atentos a qualquer sinal na propriedade.
Produtores devem estar atentos a qualquer sinal na propriedade. Foto: Plínio Queiroz/Divulgação Lance Rural

As principais ações para a prevenção da vida dos animais e do patrimônio rural são:

  • Identificar os focos de calor: onde estão focos recorrentes na sua fazenda, nas propriedades vizinhas, estradas e divisas, observando a direção mais comum dos ventos e o uso de equipamentos que possam causar incêndios nessas áreas;
  • Construção de aceiros: ao redor da propriedade, priorizando os locais em que o fogo é recorrente, na sua e nas propriedades nas vizinhas;
  • Colocar os animais para pastar nas áreas de risco antes do início da época dos incêndios: o rebanho ajuda a diminuir o material combustível;
  • Fique atento a qualquer sinal de fumaça;
  • Mantenha os equipamentos com a manutenção em dia: evite faíscas de máquinas, caldeiras, cercas elétricas e outros;
  • Tenha equipamentos para combate: tratores, abafadores e bombas costais.

 

 

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