O arroto das vacas
Enquanto muitas soluções visam a redução das emissões de CO2, outro gás de efeito estufa, o metano, também desempenha um papel crucial no aquecimento global.
Uma das principais fontes de emissões de metano é um tanto inesperada: o arroto das vacas. Estima-se que esses arrotos contribuam com cerca de 15% das emissões totais de gases de efeito estufa na atmosfera. No entanto, uma startup britânica chamada Zelp (Zero Emission Livestock Project) está revolucionando a forma como enfrentamos esse problema com uma máscara para vacas.
Com esse objetivo em mente, a startup conquistou um prêmio patrocinado pelo príncipe Charles, garantindo um financiamento de £ 50 mil (equivalente a R$ 312 mil) para avançar no desenvolvimento de uma máscara projetada para filtrar os arrotos do gado. Essa inovação visa transformar as emissões desses animais em CO2 e vapor d’água em vez de liberar metano, conforme relatado pelo portal Euronews.
O impacto das emissões de metano
O gado bovino é uma parte vital da indústria alimentícia global, isso não podemos negar, fornecendo carne e laticínios que fazem parte da dieta de milhões de pessoas. No entanto, os processos digestivos complexos das vacas envolvem a fermentação de alimentos no estômago, o que resulta na produção de metano. Esse metano é então liberado na atmosfera quando as vacas arrotam. Embora individualmente cada arroto possa parecer inofensivo, a grande população de gado em todo o mundo resulta em uma quantidade significativa de metano sendo lançado na atmosfera.
O metano é um gás de efeito estufa muito mais potente do que o dióxido de carbono, tendo um potencial de aquecimento global cerca de 25 vezes maior em um período de 100 anos. Portanto, reduzir as emissões de metano bovino se tornou uma prioridade crucial na luta contra as mudanças climáticas.
A inovação da Zelp
A Zelp, uma startup sediada no Reino Unido, é está determinada a abordar o problema das emissões de metano das vacas de forma e sustentável. Eles desenvolveram uma máscara facial especializada que é projetada para ser usada por vacas e que transforma os arrotos de metano desses animais em dióxido de carbono (CO2) e vapor de água.
A máscara é posicionada acima da região nasal do animal e opera de maneira semelhante a um conversor catalítico de automóveis. Ventiladores movidos por energia solar aspiram os gases e os direcionam para uma câmara equipada com um filtro. Quando essa câmara atinge sua capacidade máxima, uma reação química entra em ação, transformando o metano em dióxido de carbono (CO2) e liberando-o. É importante notar que o metano retém cerca de 80% mais calor na atmosfera do que o CO2, tornando-o um agente de aquecimento global muito mais potente.
A multinacional Cargill já manifestou seu interesse em disponibilizar essa tecnologia para seus clientes na Europa no próximo ano. Embora o preço ainda não tenha sido oficialmente confirmado, a Zelp sugere que a assinatura para o uso da máscara pode começar a partir de US$ 80 por ano por vaca. O plano da empresa é produzir 50 mil unidades no primeiro ano e aumentar esse número para 200 mil no ano seguinte.
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