Apesar de permanecerem inoperantes por quinze dias devido à pior inundação já registrada no estado do RS, os frigoríficos de suínos em Encantado e a avícola em Arroio do Meio, que já retomaram as operações desde o dia 20/05, passaram por adaptações após as enchentes do ano anterior, minimizando os impactos da tragédia climática.
De acordo com o Presidente do Conselho de Administração, Gilberto Antônio Piccinini, a experiência das cheias em setembro e novembro do ano passado levou a Cooperativa a adotar medidas importantes para reduzir as consequências da maior catástrofe climática do RS. “Nos preparamos para enfrentar essa tragédia e, portanto, as fábricas de rações mantiveram seu funcionamento normal por meio de geradores”, afirma.
Ele relata que o Complexo Industrial Lácteo em Arroio do Meio retomou após alguns dias o envase de leite UHT, em pequena escala, embora tenha levado mais tempo para retomar a produção de leite em pó devido à falta de abastecimento de energia elétrica.
Otimista, o Presidente do Conselho de Administração, Gilberto Antônio Piccinini, detalha que a unidade mais atingida foi o frigorífico de suínos, localizado na matriz em Encantado, mas que a recuperação foi rápida e eficiente. “Mesmo com a equipe reduzida, pois muitos colaborados também tiveram suas casas atingidas, conseguimos realizar a limpeza de forma bastante rápida”, afirma Piccinini ao agradecer a colaboração dos funcionários.
Já o Complexo Industrial Avícola em Arroio do Meio foi pouco atingido pela inundação, mas ficou impedido de operar pela falta de energia elétrica na localidade. “Este foi outro lugar que necessitou de limpeza e troca de alguns equipamentos eletrônicos”, relata o presidente do conselho ao mencionar que, inicialmente, a retomada será com menor volume de produção e em breve, a projeção é atingir a capacidade produtiva normal da indústria.
Solidariedade
O gestor agradece aos associados e colaboradores por seus esforços para superar a situação o mais rapidamente possível. “Agradecemos imensamente aos associados, funcionários e empresas gaúchas, catarinenses e paranaenses que se solidarizaram conosco, apoiando a cooperativa por meio de parcerias na entrega de rações e ainda, adquirindo suínos vivos da Dália, a fim de evitar perdas na produção agropecuária”, reconhece Piccinini, destacando a ajuda mútua de outras empresas, inclusive de fora do estado.
Logística
No entanto, Piccinini destaca que o maior desafio é a falta de acesso aos municípios da região. “Muitos de nossos associados foram afetados pela falta de rações e pela impossibilidade de entregar sua produção devido à destruição de pontes, principalmente na ERS 130, que liga os municípios de Arroio do Meio a Lajeado”, destaca o presidente do conselho de administração, ressaltando a importância dessa via para o fluxo de caminhões e o transporte de grãos e produtos elaborados para todo o estado e país.
Infraestrutura e novos financiamentos
Ainda sobre a infraestrutura logística, o Presidente Executivo, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, ressalta a importância de priorizar a reconstrução da infraestrutura logística na região. “Mesmo aos poucos, conseguimos retomar todas as operações industriais e seguiremos em frente, mas é fundamental restaurar a economia do Vale do Taquari o quanto antes. Isso exige a reestruturação das rodovias, tanto para a mobilidade dos nossos produtos e recebimento de insumos quanto para o deslocamento dos colaboradores”, afirma Freitas.
Carlos Alberto também enfatiza que ainda é cedo para mensurar os prejuízos dos associados e da cooperativa, mas destaca a necessidade de novas linhas de financiamento para grandes empresas. “Diante desta tragédia climática e em estado de calamidade, é essencial que o sistema financeiro ofereça linhas de financiamento a longo prazo com juros aceitáveis para empresas de grande porte”, conclui o Presidente Executivo.