O leite UHT é de grande importância para o mercado do Brasil, visto que, em 2020, representou cerca de 87% do volume consumido de leite comercializado na forma líquida.

Ainda citando números que mostram sua importância no mercado de produtos lácteos, o segmento constitui 28% do destino do leite formal produzido no país e está presente em 90% dos lares.

O grande diferencial do leite UHT é que este possui uma vida de prateleira maior, devido a sua menor perecibilidade. A possibilidade de estoque à temperatura ambiente, dispensando câmaras de resfriamento, favoreceu a comercialização deste produto nos supermercados, em detrimento do leite pasteurizado. Este fator, somado ainda a facilidade de transporte — sem a necessidade da cadeia do frio —, também fez com que o UHT tivesse possibilidade de distribuição a nível nacional.

Cerca de 18% do leite adquirido pelas indústrias é destinado à produção de leite UHT. As indústrias vendem o produto para o varejo. O varejo, por sua vez, vende o produto para os consumidores finais. Nos momentos em que o consumidor final se mostra menos disposto a consumir o produto, então, o varejo tende a dificultar mais as negociações com as indústrias, visando menores preços.

O inverso também é verdadeiro — momentos de vendas mais aquecidas na ponta tendem a estimular os preços pagos a indústria pelo derivado. À medida que a indústria recebe mais pelo leite UHT, tem maior interesse em produzir. Para ampliar sua produção, tem necessidade de mais matéria-prima. Tendo maior necessidade de leite cru, compra mais do produtor, com maior disposição a pagar. Nos momentos ruins do mercado, o inverso ocorre.

Momento atual

Assim como no caso dos queijos, o mercado de leite UHT ficou marcado por elevações nos valores praticados entre os meses de março e abril – tanto nas vendas das indústrias para o varejo, quanto nas vendas do varejo ao consumidor final.

Este movimento perdeu força entre as semanas finais de abril e a semana inicial de maio, em razão do recuo da demanda a partir dos preços mais altos.

Entretanto, a conjuntura atual de produção e estoques das indústrias nos mostra produção em baixa em relação a períodos anteriores, fator que se reflete também nos estoques. A justificativa para este comportamento está na oferta restrita de leite no campo.

Dessa forma, o mercado encontra-se sensível a alterações positivas da demanda. Na segunda semana de maio, por exemplo, já foram notados sinais de maior firmeza nas compras e nos preços praticados nas negociações de UHT.

A partir de segunda-feira, 18 de novembro, agricultores se mobilizam contra o acordo de livre-comércio entre a Europa e cinco países da América Latina, rejeitado pela França. François-Xavier Huard, CEO da Federação Nacional da Indústria de Laticínios (FNIL), explica a Capital as razões pelas quais o projeto enfrenta obstáculos.

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