Em 2023 o leite foi o principal produto da agropecuária de Minas Gerais, Estado que foi responsável por 26,6% da produção nacional. Ancorado neste setor, Minas apresentou o maior Valor Bruto da Produção (VBP) dos produtos da pecuária, superando a marca de R$ 25 bilhões.
Desse montante, 85,7% (R$ 21,5 bi) vieram da produção leiteira. Os dados são da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O volume produzido em Minas foi da ordem de 9,42 bilhões de litros, leve acréscimo em relação a 2022 (0,63%), mantendo o Estado na condição de maior produtor nacional de leite.
Mesmo com a elevação na produção leiteira, o número de vacas ordenhadas foi de 3,05 milhões de cabeças, redução de 2,98% frente à 2022. Este é o segundo menor número desde que a pesquisa foi iniciada, o que indica aumento tanto na produtividade quanto na eficiência dos produtores mineiros.
De acordo com a assessora técnica do Sistema Faemg/Senar, Aline Veloso, na metodologia do IBGE podemos observar a relevância da pecuária mineira perante a nacional.
“Quando olhamos os dados de produtos relacionados a essas atividades pecuárias, Minas Gerais permaneceu em primeiro lugar na produção de leite no País e de vacas ordenhadas também. São mais de 9,4 milhões de litros. Isso representa 26,63% de tudo que o Brasil produziu naquele ano de 2023”, destaca.
Em 2023, a produtividade média em Minas Gerais foi de 3.094 litros de leite por vaca ao ano. Já o preço médio pago ao produtor caiu cerca de 6,6% em relação ao ano anterior, atingindo o valor de R$2,28 por litro. Também entraram no levantamento do IBGE a aquicultura, as produções de ovos de galinha e de codorna, mel de abelha, casulos de bicho da seda e lã de ovelha. Abates de bovinos, suínos, frangos e outros animais não entram na pesquisa (apenas os efetivos são pesquisados).
Conheça os maiores municípios produtores de leite em Minas em 2023
- Patos de Minas 211.111 mil litros 3º no ranking nacional
- Patrocínio 144.551 mil litros 4º no ranking nacional
- Lagoa Formosa 134.410 mil litros 5º no ranking nacional
- Coromandel 126.486 mil litros 6º no ranking nacional
- Carmo do Paranaíba 111.782 mil litros 9º no ranking nacional
Por sua vez, o rebanho bovino de Minas Gerais (cerca de 22,5 milhões de cabeças em 2023) apresentou redução de 2,15% em relação ao ano anterior. Apesar da queda, Minas Gerais manteve a condição de 4º maior rebanho bovino do País. Mato Grosso manteve-se na liderança, com rebanho próximo de 34 milhões de cabeças, seguido pelo Pará, com 25 milhões, e Goiás, com 23,7 milhões de cabeças.
Minas Gerais também se destaca ao possuir o maior rebanho de equinos do País, mesmo apresentando redução de 2,09% em 2023 frente a 2022. Quando se trata de rebanhos de grande porte, mesmo com Minas ocupando a quarta colocação no rebanho de bovinos e a primeira no de equinos, nenhum município mineiro ficou entre os dez maiores criadores, em virtude da predominância da pecuária extensiva e da área reduzida dos municípios mineiros em comparação com a de outros estados.
Ainda assim, o maior rebanho bovino do Estado está no município de Prata (85º no ranking nacional, com 393,7 mil cabeças) e o de equinos em Carlos Chagas (34º lugar, com 10,1 mil cabeças).
“Permanecemos com o primeiro lugar no rebanho de equinos e contamos também com o primeiro rebanho de codornas, comparando com os outros estados. Bovinos, aves de postura e suínos, ocupamos o quarto lugar. Em bovinos, especificamente, são mais de 22,4 milhões de cabeças e esses números trazem, também, uma participação bastante importante para Minas Gerais na produção nacional”, considerou a Aline Veloso.
O Estado também mantém a 4ª posição quando o assunto é o rebanho de suínos, com 5,4 milhões de cabeças, atrás dos estados da região Sul onde a suinocultura é a mais tecnificada do País.
Uberlândia mantém o segundo maior rebanho nacional com 608,9 mil cabeças. O volume total de suínos em Minas apresentou redução de 3,43% em comparação com 2022, acompanhando a Pesquisa Trimestral do Abate, que indicou queda de cerca de 3,9%.